A FALTA DE VOCÊ
Escrevi, reescrevi, rabisquei, amassei, achei que o papel não era adequado, que a caneta não prestava, que a cor da tinta não tinha nada a ver. O conteúdo do texto, não estava condizente. Joguei o papel no lixo com raiva. Alguém passou por mim observou meu gesto e sorriu. Senti-me idiota. Minha inquietação era visível e eu sentia que precisava escrever já que não havia com quem falar. Peguei novo papel. Precisava escrever; qualquer coisa que viesse à mente. Fiz um poema, rabisquei alguns pensamentos que achei sem conteúdo e nesse momento resolvi descrever você. Isso...Descrever você. Parei e refleti... Fechei os olhos e fui envolvendo-me na lembrança de seus olhos tristes, divagadores, que escondem segredos que preciso decifrar; na boca perfeita, nos seus gestos lânguidos dando a impressão de que a vida não tem sentido. Aparenta alegria, mas é uma pessoa solitária. Ainda não descobriu o que é viver, ter sentimentos verdadeiros. Procura a felicidade nos lugares e em pessoas; não em si mesmo. O tempo passando e observo sua irritabilidade crescente. Quase não sorri, fala pouco, nem sei se consegue chorar. Vive esperando a felicidade. Gostaria de lhe entregar esse escrito, mas...com que direito vasculho você. Acho que vou amassar de novo esse papel... Mas quer saber? Apesar de tudo, você é o que eu gostaria de ter. E a minha inquietação é porque... Sinto muita falta de você.
Silute
20/10/2013 - 00:30
Carapicuiba-sp