Cartinha Perfumada de Autoafirmação

Oi amiga, tudo bem?

Agora eu decidi que só escreverei cartas, tô cansado de crônica, conto, ensaio e até mesmo do meu livro que estava em andamento. E de poesia também, mesmo eu nunca tendo dado pra poeta. Bancar o pseudo-intelectual já não me cai mais tão bem, sabe? Tô apaixonado. Queria te contar de todos meus novos amores. Especialmente daquele com quem rolo no chão do Ibirapuera e que chupa a minha língua como ninguém. Sim, sim. Ele chupa. No metrô, na rua, na praça, no supermercado, na bilheteria do cinema, ele não tá é nem aí! Tem nome rasgado e segura a minha mão sem medo. Os outros são menos quentes e não ardem muito não, mas me dedico e me entrego de peito aberto a todos! Sim, eu sei, você talvez não entenda isso e até ache loucura. Só sei que tô vivendo toda aquela liberdade que tanto desejei em frenesi. Completamente free agora. Posso até dizer que tô feliz. Sim, isso mesmo, feliz! Parece muita audácia da minha parte, você não acha? Se dizer feliz assim, ainda mais nesse ano de dois mil e treze, em que não foi nada fácil e até pensei que minha luz tivesse enfim se apagado... Mas é verdade. E vou te contar um segredinho: é mais fácil do que parece, só precisa se permitir e se deixar ser. Talvez nem seja ao certo felicidade, mas sim vida. Nunca me senti tão vivendo-em-vida como agora, devo parte disso a você, não vou mentir que seus veneninhos bem que me ajudaram a abandonar um pouco a covardia. E olha, vou te contar: larguei total. Desfinquei as unhas dessa danada. Minhas metas agora são outras. Ah sim, amiga, fiquei sabendo que você ora por mim, pelos motivos errados, mas ora (muito obrigado pela lembrança e pela preocupação). Fui pré-selecionado no exército. Então por favor, pode parar, tá? Não faz parte dos meus planos. Se eu passar também não posso fazer nada... Pelo menos a farda é sexy, não acha? Então talvez eu mude as minhas metas mais uma vez, para ganhar uns quilinhos e ficar bem nela! Também queria contar do blog que já abandonei, do dia em que bebi e quis ir pra sua porta com meu violão cantar "Fraca e Abusada" na sua janela, do emprego que perdi, dos foras que levei, das noites que passei em claro e etc, mas essa parte toda não vale a pena, né? Então vamos esquecer o que se passou e seguir as nossas vidinhas, para que no fim tenhamos feito algo em prol de nossas pessoas!

Paz, luz, felicidade, que você não se faça mais minúscula e que encontremos a luz que guiará nossos axés até se ir, Amiga Lívida de Existência.

Daquele que não foi teu Dionísio.

WsCaldas
Enviado por WsCaldas em 08/10/2013
Código do texto: T4516019
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