I do not want to love

Por que você ainda está aqui em meus pensamentos? Bem que poderia já ter partido, como bem fez há algum tempo atrás. Agora me pergunto: como posso viver em paz? Se a todo o momento penso em você. Por que teimo tanto em não te esquecer? Tanto teimo que ontem sonhei com você. Deve ser algum tipo de masoquismo extremo, algo relacionado ao horror show corriqueiro que sempre via na TV. Como posso me livrar das lembranças? Devo procurar um psicólogo? Um ilusionista? Às vezes eu procuro ficar calado, sem qualquer menção de som, talvez assim eu escute o estalo que falta, para sair desse transe louco em que me encontro.

Antes até achava engraçado as histórias de amor. Em que ambos ficavam loucos e ingênuos de amor, sempre quis saber como era e me perguntava se um dia eu realmente o sentiria por alguém. Hoje em dia, acho que se eu tivesse algum inimigo não desejaria morte, nem fome, nem doença, nem ódio, nada disso, acham que eu desejaria ao meu inimigo amor, pois de uma maneira ou de outra ele seria elevado ao céu, daí então seria jogado no mar adentro sem poder voltar.

Pergunto-me até quando isso irá durar? Já são cinco anos amando alguém, ficando apenas de longe vendo você viver sua vida, guardando esse amor comigo aqui trancafiado nessa massa pulsante que chamamos de coração e quando resolvo finalmente libertá-lo, descubro que nada seria tão fácil assim, bem sei que já tentamos ficar juntos, mas sempre algo aparece para atrapalhar. Ou será que eu ainda não me toquei que você nunca irá gostar de mim? Por que eu te amo tanto? Por quê? Por que eu sonho três vezes por noite com você? Por que eu me afasto de você durante meses com o intuito de me fortalecer, para tentar de alguma forma te matar, esquecer, te expropriar de mim, das minhas lembranças, mas não o consigo nunca. Esse sentimento me leva do céu ao inferno diariamente, e ultimamente está me levando à loucura passiva, me direciono cada vez mais para um vórtice oculta de imaginações, em que estamos juntos e felizes, mas nada disso se realiza e duvido muito que um dia ocorrerá. Resta eu viver a minha vida e você a sua, trabalharemos, casaremos, teremos filhos, envelheceremos, morreremos, porém estaremos distante um do outro. E apesar de tudo, embora passe todo o tempo do mundo, mesmo que várias mulheres passem em minha vida, eu acho que nunca deixarei de te amar... E isso é o mais que dói.

Carlos Henrique de Azevedo
Enviado por Carlos Henrique de Azevedo em 03/10/2013
Reeditado em 03/10/2013
Código do texto: T4509472
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