Querido,
Perdi, querido, uma grande amiga, que falava sempre de mim com amor e admiração, e afinidades maiores que a origem cearense consolidou, e fiquei muito triste, rezei de manhã quando ouvi a notícia no rádio, às oito horas, uma manhã chuvosa e fria, de lágrimas do céu, rezei por ela e por nós que aqui ficamos, desamparados, Ana não tinha medo da morte, enfrentava tudo com uma força extraordinária, era uma certeza brava, e eu a amava muito, e amarei sempre. Ela me deixou uma tarefa, que é escrever um livro sobre uma cearence, Bárbara do Cristo, de quem ela descendia, e também o José de Alencar, e um dia o escreverei, dedicado a Ana, tenho comigo uns livros sobre a dona Bárbara que a Ana me deu, e tenho uma linda foto de nós duas abraçadas, em sua casa no Leblon, onde tantas vezes a visitei.
Acabei agora de escrever sobre ela, ficou bonito o texto, uma louvação. O Manuel Bandeira escreveu:
Louvo o Padre, louvo o Filho,
louvo Ana, minha amiga
nata e flor do nosso povo.
Louvo os seus olhos bonitos
louvo a sua simpatia,
louvo a sua voz nortista
louvo o seu amor de tia.
Procurei você em todas as mullheres do mundo, a minha vida inteira, e encontrei-a.. em você. É isso que quero ouvir, viu? Nada de gostar de netas e gostar de outras, nem passado nem futuro, está bem? Te amo.
Beijos enciumados.
Ana Miranda
Acabei agora de escrever sobre ela, ficou bonito o texto, uma louvação. O Manuel Bandeira escreveu:
Louvo o Padre, louvo o Filho,
louvo Ana, minha amiga
nata e flor do nosso povo.
Louvo os seus olhos bonitos
louvo a sua simpatia,
louvo a sua voz nortista
louvo o seu amor de tia.
Procurei você em todas as mullheres do mundo, a minha vida inteira, e encontrei-a.. em você. É isso que quero ouvir, viu? Nada de gostar de netas e gostar de outras, nem passado nem futuro, está bem? Te amo.
Beijos enciumados.
Ana Miranda