Ex Ateu
Antes de começar a me tornar um ateu, sempre pedia a Deus que me provasse sua existência através de um milagre, o provocava, blasfemava. Sabia que não se deve tenta-lo, eu pedi ao diabo que me provasse sua existência. Mas o diabo é astuto, sabia que se me provasse sua existência, estaria automaticamente provando a existência de Deus. Então eu comecei a pensar "Deus não gosta de mim", nessa época eu tinha raiva dele. Raiva por nunca conseguir o que eu quis e raiva por achar a vida dos meus outros colegas e amigos melhor do que a minha, eu sentia inveja. Eu sentia raiva da minha família por tentarem me fazer continuar crendo nesse Deus que aparentemente não me ajudava em nada.
Então eu comecei a procurar pessoas que não acreditassem em Deus, pois eu pensava "Como pode haver um Deus bom com tudo da forma que esta?". Fui procurando argumentos das pessoas que não acreditavam ou não acreditam nele até hoje. Procurava esses argumentos somente para me sentir embasado caso me perguntassem porque estava deixando minha fé. O tempo foi passando e acabei introjetando aqueles argumentos racionais e até mesmo vendo sentido neles, na realidade até hoje vejo sentido. Sou um cético, creio que ninguém possa decidir no que crer ou não crer. Mas é possível decidir o que se busca, e eu decidi buscar a fé, buscar a crença. Eu sou um homem de pouca fé, provavelmente nem mesmo teria saído do barco como Pedro fez ao ver Jesus andar sobre as águas. Eu não julgo os ateus, os agnósticos e os céticos. Creio que nenhum cristão deveria fazê-lo, grande parte da postura defensiva que alguns tem se deve a falta de compreensão das pessoas que nunca tiveram crise de fé. E que estas pessoas sejam bem aventuradas (Como disse Jesus, pois não precisaram vê-lo para ter fé). O apóstolo que sempre me chamou atenção foi Tomé, Jesus não julgou Tomé. Ele o deixou tocar em suas chagas para provar-lhe que não era um charlatão e que havia realmente ressuscitado.
Se Jesus perdoou Tomé, o ajudou ater fé... Pediu a seu pai que perdoasse os romanos que o pregavam e o escarneciam enquanto ficavam os pregos em suas mãos e pés. Quem somos nós para julgar os ateus? Quem somos nós para julgar? Existem ateus, céticos, agnósticos que nem ao menos gostam de ser o que são, existem os que estão satisfeitos e os que perseguem aqueles que acreditam em Deus, mas isso não é exclusivo de quem é ateu e a maioria dos ateus não fazem isso. Apenas uma minoria barulhenta na internet, existem também pessoas de outras religiões que escarnecem do cristianismo. Sempre que possível devemos responder com firmeza, sem perdermos a compostura e para isso é necessário que estudemos a palavra do senhor, que nos dediquemos a cursos, leiamos inclusive sobre aqueles que tentam difamar a Cristo para que saibamos como essas pessoas pensam, o diabo pode lhe tentar. Mas Deus gosta de te ver lutar, então lute por ele! Eu gostaria de dizer a todos que lerem esse texto, o real motivo pelo qual deixei de ser ateu. Gostaria de dizer o que mudou minha visão de vida. Ironicamente eu vos digo: Deus!
Ele finalmente me deu o milagre que eu pedia a anos atrás, qual? Ele me fez ter fé, ele me faz tentar deixar de pecar, buscar a santidade, dar o seu testemuho, me faz lutar por ele. Ainda sou um grande pecador, mas eu quero mudar! Sou hedonista, gosto dos prazeres da carne, sou mesquinho mas me forço para não ser, cobiço, tenho preguiça, como mais do que o necessário, falo palavrões em demasia, já experimentei de tudo em meu pouco tempo de vida, graças a Deus nada disso me consumiu, como consumiu a muitos. Talvez seja porque no fundo eu sempre tive uma família estruturada por trás e amor, eu fui batizado, fiz catecismo, primeira comunhão e fui coroinha.
Havia em mim um pingo de disciplina que aprendi na Igreja e o senso de moral sempre me batia a porta, eu me entristecia em ver minha família triste (coisa que vem se tornando incomum nas famílias de hoje). Eu choro se fizer um familiar meu chorar, é como dizem... Evitar o pecado te deixa livre, mas o pecado te escraviza. É muito mais difícil parar de pecar do que simplesmente evitar a primeira vez. Não estou falando de vício em drogas, mas vício em todo tipo de ato. Confesso que muitas vezes tenho vergonha de assumir a minha fé, não por ter vergonha de Deus, mas por ter vergonha de ter sido idiota com tantas pessoas e agora ter que dizer "Eu estava errado". Outro vício corriqueiro em nossa humanidade, o erro é visto como uma doença, por isso considero uma de minhas penitências (ainda muito fraca para tudo que já fiz) assumir o meu erro e dizer que mudei. A cada vez que digo isso, me sinto reduzindo a minha carga de soberba acumulada, eu era realmente humilde e o pecado me corrompeu nesse sentido. Todo dia desde que meus pensamentos começaram a mudar, lembro das três virtudes teologais "Fé, esperança e caridade". Me foco muito na caridade, eu quero poder ajudar realmente a quem precisa, assim como Deus me ajudou e quero através dos meus atos entregar todo sacrifício e ato de caridade a ele. Eu não quero apenas falar, mas ter a minha vida como exemplo, eu sou um milagre de Cristo, eu estava morto e hoje estou vivo.