DORIDA ESPERA
Cá me encontro à sua espera, naquela mesma vidinha, entra e sai de primavera, dia a dia mais definha. Maior que minha saudade, só esperança na verdade, de rever-lhe amada minha.
Quantas noites mal dormidas me lembrando de você, daquelas suas comidas temperadas com dendê, mais querendo me agradar, conhecia o paladar de quem nunca mais lhe vê. De todos os seus carinhos, da sua simplicidade, dos seus cafés com bolinhos, da nossa felicidade, nossos planos de futuro nas horas de grande apuro longe da realidade. Dói demais a solidão! Que falta você me faz! Dentro do meu coração sempre vem aquele: (mas...) Nada, nada me conforta, como uma faca que corta vou perdendo a minha paz.
Quando é que você chega? Avise quando puder; saudade minha galega, de amá-la ó mulher, quero lhe fazer surpresa, limpar tudo, por a mesa, pois não é uma qualquer. Por nossa conversa em dia, desfazer mal entendidos, a casa está tão vazia... Sou só eu e os meus gemidos, indo e vindo sem sossego, escutando: oh, meu nego! Como você me dizia.
Quero sentir o seu cheiro, fazer festa com você, sob a luz do candeeiro lhe ofertar lindo buquê, lhe amar como antigamente, coração que se arrebente, será nosso dia D.
Por ora fico esperando que um dia se decida, desculpe, estou chorando, é que tenho recaída, é que quem ama padece, estou rezando uma prece, volte logo minha vida.
Grato, belíssimas interações:
Ulalá! Como eu quisera
Ter alguém à minha espera
Que nas madrugadas sem fim
Ficasse pensando em mim!
Lembrando as minhas manias
Me fazendo poesias
Escrevendo uma carta assim!
Feliz é a sua amada
Por ser assim esperada
Por ter tantas qualidades
(Que podem nem ser verdade!)
Pois como em toda quimera
O poeta exagera
Quando sofre de saudade;
Vive contando bravatas!
Espero que ela decida
Voltar para a sua vida
Porque, se ela bobeia
sua porta fica cheia
De futuras candidatas!!!
(Sonia Villarinho)
TÔ CHEGANDO...
Estou chegando meu nego
Vou depressa pode crer
Sei que está abandonado
Fica num canto jogado
Chorando como um bebê
Vou fazer um cafezinho
Fritar bolinho de chuva
Vou fazer bombom de uva
Pra sua vida adoçar
Eu vou no fim de semana
O próximo agora, por quê
Preciso arrumar a roupa
Só assim é que se poupa
Outra viagem pra cá...
Fico aí resto da vida
Fazendo dengo em você!
Levo perfume gostoso
Prá te fazer bem dengoso
E aceito o seu buquê
Não perde por esperar
Será nosso dia D!...
(Ângela Faria de Paula Lima)