É pra você saber que sinto sim, saudade!
Queria lhe dizer, Alecxander, que sim, sinto saudades suas. Sinto falta de suas preocupações comigo, sinto falta de seu ombro amigo. Sinto falta de suas palavras, de nossas propostas, de nossas promessas. Sinto falta de nossos sonhos á luz do luar. Sinto falta do diamante de estrelas a testemunhar o imenso amor que tenho por ti. Sinto falta de sua complexidade ingênua que é complemento de minha ingênua intelectualidade. Sinto falta de nossos nichos de carinhos, de nossas guerras de travesseiros, de adormecer em seu peito. Sinto falta das batidas de seu coração, do descompasso de sua respiração, de suas mãos aventureiras. Sinto falta da inspiração que enche as páginas decorrendo sob seu amor primeiro, único e derradeiro(que o gotejar do tempo nem consegue contar). Sinto falta de ter nossos filhos e netos, de lhe ver branquear as têmporas e o enrugar de minha pele em formato de uva-passa, doce e saborosa. Sinto falta do trotar na relva verde, no bafo frio da refrega, sinto falta desta entrega, deste embaraço, deste desvelo, desta derrota. Sinto falta de cruzar os mares pra aportar no seu leito, trazendo no peito o coração saudoso e faminto de ti. Sinto saudade de nossos milênios, dos nossos decênios, de nosso minuto último quando o corpo moribundo ainda guarda fôlego pra dizer palavras últimas: te amo sempre! E fechando os olhos da materialidade, sinto saudade, mas meu amor por ti ainda vigora: hoje, ontem, depois da aurora, é para sempre.