Largando Mão
Quando a incapacidade de manifestar apreço desaparece.
Quando os menores gestos e as menores dúvidas propulsionam pequenos e pungentes acessos de raiva.
Quando os planos de harmonia futura tornam-se planejamento de como se ver livre deles para sempre.
É quando isso acontece que a coisa acaba, que a argamassa perde a cola, a liga; que a instituição desmorona, cai, desaba; só resta o pó da amargura, do desgosto e da sensação perene da perda de tempo a ser varrido.
Desgaste: é por isto que as relações sucumbem: por estarem demasiadamente desgastadas.
E não adianta segurar com as pontas das unhas o último liame que possa nos prender. Uma hora ele arrebentará e, como é você quem está fazendo força, é você quem cairá, se machucando... E, lambendo as feridas, dirá que a culpa pelo fim foi minha. E é por isso que temos que aproveitar agora, que ainda temos decência e um mínimo de respeito um pelo outro e largarmos mão de nós.
Aliás, eu já larguei... É por isso que te deixo.
25/07/2013