DEPOIMENTO

Oi amor,

Outro dia você me perguntou como eu estava me sentindo no momento atual.

Pensando bem, hoje eu posso dizer que tal como as gemas dormentes de antiga planta, os meus mais nobres sentimentos voltaram a florescer.

Estimulados que foram pelo sentimento de zelo que você me inspira, aos poucos, ressurgiram a tolerância, o bom humor e a paciência com os desfavorecidos que, sem terem a quem amar, desgastam-se na amargura de levarem a vida só.

O amor, sentimento complexo de mão dupla, precisa ser praticado como se fosse altruísta...

Doar sem esperar recompensa, cuidar como se não fosse também ser cuidado...

Descobrir a cada dia, as modificações impostas pelo próprio passar do tempo e pelas alterações nos objetivos comuns e individuais.

O exercício diário de tentar adivinhar o pensamento e os desejos da mulher amada, propiciam a satisfação de descobrir, ainda que superficialmente, o universo feminino.

Esse misterioso, desconhecido e totalmente inacessível campo do conhecimento que a nós, machos da espécie, apenas e simplesmente, cabe amar e aceitar.

Mulher é... nunca está.

Quando limitamos a nossa expectativa, quando não tentamos adivinhar o porquê de determinado comportamento, temos a satisfação de ser o alvo da atenção, do carinho e do amor desses seres maravilhosos que, como bem disse o poeta e cantor Paraibano José Ramalho, é algo “entre a serpente e a estrela”.

Quando atingimos esse grau de entendimento, nosso amor se torna maduro, embora vez por outra, tenha arroubos adolescentes, naquelas pequenas loucuras que só se justificam na tenra idade, que julgávamos mortas, mas que ressuscitam no velho apaixonado, fazendo com que ele se sinta o mais feliz dos homens, sem dar a mínima importância ao julgamento dos outros quando o taxam de “velho ridículo” porque, nada é mais gratificante para o homem do que saber que é amado pela mulher a quem ele ama com toda sua consciência.

E é nesse momento, quando os dois tomam ciência do amor recíproco que se realiza a plenitude da felicidade na vida do casal.

Por tudo isso, a minha resposta ao seu questionamento é:

Hoje eu sou feliz.

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Este meu texto de número 500, inspirado no amor que existe entre Márcia e eu, é dedicado a todos aqueles que, como nós, aprenderam a amar.