Inventado ou não... Aguardo as flores

Gosto de escrever, e não escrevo somente as coisas que quero. Parece estranho isso, mas se uma pessoa do nada lhe disser que lhe ama; certamente isso irá mexer com você! Antigamente passava uma propaganda na TV, acho que era de desodorante “Impulse”, que dizia assim: “E se de repente alguém lhe oferecesse flores?”. Meu raciocínio tem por inicio o fato de que estamos sempre esperando que alguém nos dê flores. 

A vida corrida transforma as pessoas a tal ponto, que estas não se permitem conversar e nem mesmo interagir. Salvo quando no ambiente virtual, longe muito longe de uma realidade palpável. 

Aqui na internet a gente conhece todo mundo, e fala com todos. O mais interessante disso, é que realmente não conseguimos separar os sentimentos quando os sentimos. É pela internet mesmo não abraçando, somos capazes de identificamos com os pensamentos, abraçando todas as causas das pessoas; confortando e escutando palavras que somente o amor explica. Uma sensação de conforto que nos permite por afinidade assumirmos as dores dos outros, como se fossem nossas dores. 

Desejamos e sonhamos o amor comparado. Isso porque, mesmo não querendo, comparamos: as pessoas, os gestos, as dores, as virtudes, vícios, alegrias e também as tristezas. Tudo é comparado no sentido de ser ou não proveitoso a cada um de nós. E meio a essas comparações, surge a imagem personificada do amor. Um ser mitológico que arrebata o seu coração dando-lhe motivos que justifiquem todas as suas escolhas.

Sim, sim! Nós vivemos de motivos que possam responder os caminhos de nossas escolhas. Nestas trilhas abarrotadas de oscilações, precisamos do amor inventado para garantir a expressão de nossos atos. Mas o que seria um amor inventado? Como um bom pensador, comprovar as “vias de fato”, é um ponto para adentrarmos no mundo dos sentimentos. Que fogem as explicações e são verdadeiramente sentidos. 

Realmente, não consigo escrever de amor, se não senti-lo de forma intensa. Da mesma forma que não consigo falar do ódio sem criar um objeto para aplicar a minha raiva. O fato é que fomos criados com ideia que amor é tudo que desejamos em vida, o melhor dos mares. Todavia, dizem que o amor existe na presença do conforto, enriquecer-nos de bens materiais é se não uma das formas de conduzirmos os interesses rumo ao encontro do amor, sincero e imutável. No que discordo. Amor para com amor, não está para a matéria adquirida. Mas, pelas responsabilidades da vida, ainda que viva.

A união talvez seja feita para perdurar, mas não cabe a este amor resgatar a realização afetiva, e nem mesmo o prazer sexual. Aquele amor romântico idealizado na convivência traz falsas expectativas, e nesse momento as juras não se cumprem. Ao longo do caminho todo o processo de sedução se perde, e aquela antiga união, se torna a maior mentira das pessoas. Passando muito tempo teimando em dizer que a dependência ainda trará a quebra de suas maiores ansiedades.

Bem, sendo amor verdadeiro ou inventado... Eu amo! E com isso chega a primavera, e com ela... Flores.
Longânimo
Enviado por Longânimo em 20/07/2013
Código do texto: T4395465
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