ATÉ BREVE
Soube da tua existência ainda há pouco. Confesso; foi um golpe e uma surpresa, há anos rodeou-me a incerteza; se tinha se não tinha, e, quase louco... Procurei esquecer, por que tampouco fazia diferença na pobreza, a minha companheira de tristeza, contudo volta e meia ainda cavouco minhas recordações daqueles dias, que talvez tu não saibas nada nada, nem eras ainda sonho às fantasias, que a juventude um tanto desvairada, proporcionava a nós em noites frias em nome de uma transa acalorada. Ah, como o tal destino é surpreendente! Quando menos se espera se depara com algo ou com alguém que estava ausente, provando como a vida é joia rara. Apesar de eu estar demais contente, nem saudade eu conheço minha cara, um baque para mim que, de repente... Sou o que nunca fui, e nem contara. Ainda atordoado e sem noção, não sei o que fazer, pois nunca fiz, parece que acordei na contramão. Minha alma mais parece ser juiz, culpando e condenando aquela ação, sentenciando-me a ser mais feliz. Não sei se continuo, estou chorando, emocionado, coração partido, tão triste e tão alegre, enternecido, não sei como tu és, estou pensando... O que terás de mim?... Vives sonhando? Ou tens o andar um pouco parecido? Terás no olhar um ar desinibido? Ou um sorriso franco terno e brando? Mas esse não saber mais me cativa a conhecer-te como bem se deve; de alma e de coração ó minha diva. Por seres filha deste que te escreve, quero ir abraçar-te e dar-te; viva! Aguarde, não demoro, até breve.