Desabafo choroso de uma história sem fim
No ápice de minha boemia, te conheci. Vindo de outros ares, trazendo nos olhos o coração mais lindo que já senti. Entre uma cerveja e outra, meu olhar não desprendia do seu jeito singular, tens o dom de prender e perder meu olhar, tal qual um livro de Saramago...
A convivência foi-se construindo, dentro e fora da boemia nossa de cada semana; e o meu amor foi brotando e crescendo em velocidade proporcional à admiração pelo teu ser.
Um dia, muitos amigos, mais bebida, alguns sorrisos, uma dança, lindas palavras, um beijo... 'O' beijo! A consagração de um sentimento - unilateral -, os olhares mais significativos que trocamos...
Depois, tudo virou nada - pra você - Sinto...
Te vi com aquela a quem te dedicastes tanto, me vi caindo na real e me conformando em apenas olhar, como dantes...
Tempos depois, quando meu coração já estava se acostumando a bater por ti em vão, me vens em outra noite - de rock, de gargalhadas, de Cuervo - com sua chuva de elogios (infundados, mas encantadores), despertar um sentimento que cochilava... Linda noite, lindo fim de noite!
Depois, a queda de Ícaro, convivi com uma conquista alheia, que eu almejava; te vi confuso, depois decidido e, finalmente, ostentando seu novo amor, como um troféu. E que raiva me dá em saber que fazes questão de me deixar a par de tudo que se passa entre vocês...
Nunca serás meu... Nunca vou preencher os requisitos pra ser sua, no entanto, sempre serei sua...
Como dói te amar, como odeio te amar e saber que a dor é melhor que nada.
(Otávyla Gomes)