CARTA JOGADA NA FORNALHA AO DESTINO TORTO

CARTA JOGADA NA FORNALHA AO DESTINO TORTO

Jacarei, 23 de julho de 2012.

Caro Destino Torto, eu escrevo para perguntar-lhe: Por que sinto tanta dor em meu peito vazio?

Você deve lembrar assim como eu e assim como ela o dia que escutando o poeta que falava de amor citando o liquidificador o meu corpo foi dela, assim como o corpo dela foi meu e por minutos violamos todas as leis da física ocupando um mesmo espaço. Lembra-se desde dia caro Destino torto?

Neste dia descobri que todas as cicatrizes em minha alma deixaram de me incomodar, que todas as promessas que fiz de vingança contra as pessoas que você colocou em minha vida para cumprir o seu destino pestilento ficaram amenizados. Neste dia achei que você Destino Torto não era torto era de uma beleza um tanto que cubista.

Caro Destino Torto, escutando o mesmo poeta olhando para os olhos da pessoa amada eu prometia ama-la, apenas a ela; peguei um lindo punhal de prata cravejado de diamantes abri o meu peito e dei meu coração a ela em prova de meu amor, dentro de mim guardei todos os seus sonhos, suas fantasias, seus desejos, naquele dia tornara-me uma pessoa melhor, pois as cicatrizes viraram enfeites, eu passei a me tornar um anjo de grandes asas armado com uma espada brilhante. Meu peito fechou com as teias da aranha da recordação. Prometemos que caso você Destino Torto nos pegasse, nosso amor jamais seria de mais ninguém. Teríamos outros corpos, um, cem ou mil, mas sempre teríamos o coração um do outro no peito.

Queria não ter feito esta promessa, pois mal sabia que você devia estar à espreita escutando nossos planos futuros pelas frestas do apartamento. Você montou seu palco, eu fui seu fiel personagem, ao querer a felicidade dela dei a minha felicidade a Bela Dona Morte, hoje espero que ela me leve embora destino torto. Quem bate em meu peito são apenas as recordações da felicidade, assombrações de momentos felizes. Um dia quem sabe Você e Dona Morte nos una. Eu e meu coração e quando a senhora de meu coração devolve-lo a mim, quem sabe você Destino Torto, já não tenha usado aparelho ortopédico e seja um Destino Certo. Então. Somente então, Eu serei inteiro, pois dela eu serei...

André Zanarella

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 05/07/2013
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