A leitura precisa ser mais valorizada

Diário de Sorocaba - ponto de vista

Terça-feira, 3 de abril de 2007

Em pleno século XXI ainda é muito reduzido o percentual de indivíduos com o hábito da leitura. Particularmente no Brasil e, principalmente nas cidades interioranas, esse índice ainda é mais assustador. As pessoas apresentam as mais variadas desculpas para não ler, como a falta de tempo e de oportunidade, por exemplo, se sentem justificadas para evitar as bibliotecas, uma boa pesquisa ou uma leitura salutar.

Outros atribuem ao fraco poder aquisitivo, a dificuldade em comprar um livro, assinar bons jornais e boas revistas, que supostamente possam trazer assuntos interessantes e produtivos. Aliado a este problema também não podemos deixar passar desapercebida a grande parcela de responsabilidade, que cabe à televisão. Na verdade esse veículo de comunicação tornou-se o porta-voz mais eficiente do consumismo, da moda e das futilidades. Programas recheados de amenidades, que em nada contribuem com o crescimento dos cidadãos, muito ao contrário, incentivam a rebeldia entre pais e filhos, mestres e alunos e a apatia completa diante de livros ou espetáculos que exigem um pouco mais de empenho dos neurônios cerebrais.

É triste e lamentável que programas como Big Brother, ainda apresentem índices elevados de audiência, prendendo a atenção de grande parte da nossa população. E as novelas, apesar de às vezes apresentarem um tema interessante, o colocam no ar de forma apelativa, com determinadas cenas incompatíveis com o horário de exibição. Os nossos atores, em geral, são muito competentes e seus talentos devem ser reconhecidos pela qualidade das interpretações, mas os papéis que representam, nem sempre são louváveis.

Recordo-me que num passado não muito remoto assistíamos belos filmes, boas novelas e programas humorísticos, nos quais participavam consagrados atores e produtores, tais como: Charles Chaplin, Anquito, Mazzaropi, Ronald Golias, O Gordo e o Magro, Walt Disney etc.

Citei apenas alguns que não obstruíam o direito de que pais e filhos pudessem ficar reunidos, e assistindo na mesma sala um programa. Os personagens antigos mencionados, embora alegres e descontraídos, não afetavam a ética e os bons costumes cristãos. Vale ressaltar que um grupo muito reduzido de produtores de televisão ainda investe em atividades culturais, mais elevadas. Há excelentes propostas conscientizando sobre a exploração do meio ambiente, cafés filosóficos e boas entrevistas, abordando assuntos cujos conteúdos são instrutivos à população.

A Internet é um meio de comunicação mundial que veio para revolucionar a troca de informações entre os povos. É uma tecnologia que interliga diferentes continentes simultaneamente, mas também é empregada de muitas maneiras vulgares.

A cidade de Sorocaba adotou o slogan de Cidade Educadora e isso talvez venha a representar novos incentivos à leitura, bem como projetos de incentivo aos escritores da nossa terra.

Sob este último aspecto aproveito a oportunidade para parabenizar e ressaltar a importância do trabalho que vem sendo realizado pela diretoria do Gabinete de Leitura Sorocabano. Essa entidade há mais de 140 anos possibilita esplêndido acesso à leitura e a pesquisas dos nossos jornais, pelo fato de oferecer aos seus sócios e freqüentadores um ambiente de elevação intelectual e um extenso e variado acervo de obras, entre as quais muitas dão conta da história e da vida cultural de Sorocaba.

João Francisco R. Brotas – Capitão EB

Diretor / Nupep Cultural

Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 04/04/2007
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