Ainda não disse Adeus ao nosso amor
E aqui, estamos nós, mais uma vez. Remoendo o que sobrou daquele nosso amor. Aquele que outrora era pra sempre, lindo; aquele que ia nos fazer construir casas, mais que isso, uma família. Aqui estamos, mais uma vez reféns. Você, refém da tua própria escolha, e eu das consequências dela.
É que eu ainda não aprendi a dizer adeus, para tudo que ficou. Coragem eu tenho, mas o que me falta mesmo é vontade. Vontade de seguir acreditando que, inexplicavelmente terminamos, acabamos. Que o nosso amor não foi o suficiente. Vontade de seguir sem poder olhar para os lados, nem para trás. Onde você escolheu ficar com suas crenças, ao meu ver desconcertantes e errantes, de que não veio ao nosso amor o aprouve dos céus. Ficar com tua dor, aí quietinha, sendo mantida em banho-Maria, enquanto que eu aqui estraçalho o peito, para amenizar um pouco dessa peça que a vida decidiu me pregar. E não há nada que me faça acreditar nesse teu discurso parafraseado, ensaiado para me fazer sentir menos, feito para doer menos. Mas a verdade, é que não existi uma forma de fazer doer menos, meu bem. Porque todas as tuas causas, justificativas e frases feitas me aparecem borradas em meu olhar, flechadas em meu peito. Me falta vontade de seguir com a minha vida, quando passei boa parte dela vivendo, sonhando e planejando o que faria agora, neste exato momento, com você. Ao meu lado.
Sabe, eu tô tentando seguir com o que resta. Tô tentando, acreditar que coisas melhores e maiores estão por vir. Meus amigos tem me ajudado, e tenho percebido o valor dessas coisas que você me falava. Tô me jogando debaixo dessa chuva que é pra ver se mudo os passos, e me perco no compasso dessa nova dança. Que é pra ver se dançando, eu aprendo a caminhar só e a cantar minha própria melodia. Tô cortando nossas ligações, tirando você das listas da minha vida. Te deixando seguir pelo caminho que eu não posso te acompanhar. Te fazendo mais uma das minhas lembranças, te tornando um pouco menos que minha prioridade. Porque eu preciso viver o que de novo vem pelo meu caminho daqui por diante, preciso me jogar na imensidão que é a vida a se seguir. Preciso manter distâncias, acabar com todas as minhas velhas esperanças de que, qualquer dia desses, você volta pra completar minha vida.
Porque não importa aonde eu esteja, uma parte de mim sempre pertencerá a você. Uma parte de mim irá te manter vivo às escondidas dentro de mim mesmo. Serei sempre a peça que falta em teu quebra-cabeça, e você o meu encaixe perfeito. E talvez eu nunca deixe de te amar, talvez eu refaça minha vida, me case, construa minha família com outra pessoa, mas serei sempre mais uma vítima desse teu amor não permitido, esse amor proibido. Esse amor que aprisiona mais a ti mesmo, do que a mim. Por que, meu bem, eu sempre serei livre para voar na direção que meu coração aponta. Espero que um dia, sejas livre também. E que um dia ,tuas asas tragam contigo o teu coração ao meu encontro, antes que seja tarde demais. Antes que eu aprenda a dizer adeus ao nosso amor.