A CARTA DE AMOR

A carta de amor é o ninho, onde em devaneios os sonhos se encartam...

Em cada milímetros de linha, em cada vírgula que respira, em cada ponto que separa, há o infinito da sedução regada com o sabor do desejo.

E essa missiva, como sacerdotisa na natureza, silenciosa reserva nas entre linhas um amor escrito em prosa... E ele, o amor, escrevente muito embora ainda passivo, observa o Outro, a lhe dar sentido.

Se todas as cartas são fechadas, com lacres fundidos, as de amor ficam exposta, nem sempre entregues, muitas vezes esquecidas.

E ela, como imperatriz, sem domínio de si declara a paixão sem as papas de sua língua.

E ele, imperador, pivô de tantas palavras, insensível, narcisista, a lë, e se atribui essa falácia...Imaginando-se o príncipe daquele conto de fadas.

As cartas tem o peso que o escrevente lhe deu, mas, o destinatário só a decifra se lhe correspondeu...

Não com um olhar, ou com um sorriso alentador... pois é preciso que ele lhe responda a missiva, com outra carta de amor..

O peso das palavras, cravadas no papel é algo significante, somente se autoriza desenhar belas palavras diante do exagero do amor.

Albertina Chraim

ALBERTINA CHRAIM
Enviado por ALBERTINA CHRAIM em 30/06/2013
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