Última Carta
No último final de semana viajei para a capital do Estado. Dessa vez não foi um passeio para visitar o shoping ou belas praias, nem outros pontos turísticos, mas fui participar de um "Fórum de Entidades". Não sabia o motivo, mas senti um mau presságio, uma certa apreensão me preocupava enquanto organizava meus pertences para a viagem. Foram três dias de estudo, discussões e trabalho intenso. Ainda bem, pelo menos o tempo passou sem muita demora e eu esqueci um pouco a aflição que sentira antes de viajar. Retornei na segunda feira à noite. Jamais imaginara encontrar uma carta tua. Sinceramente eu não esperava, tendo em vista que sempre conversamos sobre esse assunto. Talvez um dia tivesse imaginado receber uma notícia assim, pessoalmente. Afinal, mais de uma vez deixei bem claro que não sou dramática, entendo qualquer situação adversa ao nosso amor. Confesso que você nem precisava ter se dado ao trabalho de escrever uma carta tão extensa. Bastariam algumas palavras por telefone ou via e-mail. Se isso era o que você desejava, conseguiu! Tuas palavras grosseiras tiveram a intenção de me atingir, mas serviram também para que eu, de uma vez por todas, entendesse porque não devo mais amar você! Somos muito diferentes! Foi melhor assim! Desejo que vivas em paz, e que esqueças que um dia nossas almas se encontraram, nossos corpos estiveram colados, fomos colo um para o outro, nossas bocas se beijaram, embora nossos olhares... nunca se avistaram!