Menina dos seus olhos não sou
Preciso dizer adeus,
Me arranca o coração,
Mas você de mim precisa ouvir o "não",
"Não" maldito que emperra na saída,
Me fazendo pronunciar sorrindo o "sim" infeliz,
Que no outro dia me faz sentir amargor,
Culpa, sentimento medonho,
Que faz parte do meu cotidiano,
Acordo amargando o fel que vem do meu coração,
Depois de noite mau dormida,
Revirando-me na cama vazia,
Acordando assustada, desamparada,
Mãos frias que me afagam,
Beijos gélidos e rígidos,
Que me consomem sem sentimentos,
Abraço duro, sem paixão,
Resta-me apenas acreditar,
Que um dia você vai me notar,
Do jeito que notei você,
E suas covinhas bobas,
E seus olhos perdidos,
Procurando alguém que não sou eu,
A menina dos seus olhos está sumida,
Mas sei que breve reaparecerá,
Trazendo consigo todo o amor,
Toda a dor, todo calor, tua flor,
Preciosa te encantou, sorriso de moleca,
Riso sapeca, cabeça de mulher,
Poetiza que enfeitiça,
Expressa tudo o que sente,
Em doces palavras,
Como posso competir ?,
A luta já é perdida, assim como seus lindos olhos,
Por essa menina se perdem,
O amor de verão é vivo,
A chama ainda arde, está apenas em brasa adormecida,
Quando o vento tocá-la, ela reascenderá,
E ofuscará meu pequenino sentimento,
Que com esse mesmo vento se perderá,
Mas digo-lhe amado,
Inabalável é meu sentimento por ti,
Verdadeira e fiel sempre serei contigo,
Doa a mim o som do desprezo,
Aguentarei como rocha que sou,
Pois suas lágrimas caídas não retornarão aos olhos então perdidos,
Caídas já foram, perdidas são,
Por ela espero que não chores mais,
Seu ombro macio sou,
Nota isto?
Enxugo teu pranto amado, sem nada almejar em troca,
Apenas a doce sensação de lhe servir para algo,
Quero que se lembre assim de mim,
Seu amparo firme,
Sua amante fiel,
Seu abraço sincero,
Sua amiga.
Cris Mel