HORAS DE SONHAR

Dias negros.

Solidão.

Desespero.

Um nó apertando a garganta, sufocando a alma.

A amargura, a desesperança.

Há quem não deseja desaparecer por instantes, por dias, ou por anos?

Mas tudo passa, o nó que aperta lentamente desata, as lágrimas secam.

A alma livra-se dos conflitos e os lábios se abrem num sorriso.

O sorriso espontâneo, todo o ser vibrando.

Como é bom confiar nas pessoas, como é melhor ainda ter em quem confiar.

Como é bom ter consciência de que existe alguém que nos incentiva a voltar a acreditar.

Alguém que diz: “Vamos caminhar juntos, nós nos ajudaremos mutuamente”.

E o passado vai ficando cada vez mais longe, vai quase se perdendo na névoa do tempo.

E o descrente, o desesperado, o pequenino ser que desaparecia torna-se quase um ser sublime!

A alma vai ficando grande, grande; tão grande que parece não haver mais espaço no corpo para ela.

Horas de pesadelo tornam-se horas de sonhar.

A embriagues da felicidade, do amor!

A loucura, quase!

São Paulo, 16 de fevereiro de 1976

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 13/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
Código do texto: T4339483
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