O BEM-ME-QUER

Queridos amigos escribas e leitores! Constatem porque sou um homem feliz! Dentre outros lampejos antes e além de mim, a Confraternidade me abençoa por gestos e palavras dos amigos que venho amealhando paulatinamente em minha vida. São minhas pedras preciosas, o meu fortalecer-se para além da materialidade... Elas dizem e replicam que o eventual brilho literário é apenas a reverberação do luzeiro que me instiga à retribuição, tanto é o prazer que me supre os escaninhos da memória gozosa e instiga ao verso e à prosa artística. Eu estou sempre em estado de nudez; vez em quando a Palavra me veste. E curto a novidade de ser eu e mais um (e outros tantos como soube demarcar Fernando Pessoa): aquele de dentro, o escondidinho que escreve à socapa, dando voz ao sentir e farfalhando folhas no meu rico e também precário e humano outono de viver. Dentre os meus está uma mulher que amo há muitos anos, nos domínios da única possessão a que me dou azo: ser feliz com o parceiro de estrada. Salve, salve, Marilú, a dama de Jaguarão, que tão bem sabe ser generosa pra comigo! Vejam só o que essa bruaca escreveu e me bota como objetivo... Beijos e abraços do poetinha JM.

“Hoje ao acordar, quando nem mesmo o sol se atrevia a espreguiçar sua luz, sou abençoada por um intenso agrupado de palavras que, coordenadas entre si, me tornam alguém mais feliz. Não exatamente em relação aos sentimentos ali referendados como se fosse um maná dos Deuses, porque estes, quando recíprocos e compartilhados entre si, não apresentam surpresa. Refiro-me ao carinho deste vínculo curtido ao longo dos anos, capaz de te fazer compreender e aceitar todas as nuances de minha identidade, e muito mais ainda pela forma gentil de como consegues visualizar o meu Eu literário, ainda em construção. Os anos que nos conhecemos... O cuidado que sempre tiveste para comigo, mesmo eu ainda não tendo revelado tudo o que posso na arte de escrever, me fazem sentir como aquela menininha que regredindo no tempo, segura na mão do pai, confiante de que um dia chegará o momento em que caminhará sozinha, seguindo os passos de seu mestre. Ouvir tudo isso de quem domina a o conhecimento e a arte de escrever já é o suficiente para encantar. Tua paciência e tua aposta no que poderá vir, desta mente que aos poucos se abre como uma margarida, no bem-me-quer de toda uma existência, já nos tornam cúmplices de uma caminhada que só terá um fim, quando o começo se fizer presente... Obrigada. É bem possível que em outras vidas, tenhamos sido irmãos, pois este é o sentimento que trago dentro de mim, quando aciono o teu nome. Abraços da Marilú.”

– Do livro O IMORTAL ALÉM DA PALAVRA. Joaquim Moncks / Marilú Duarte, 2013/16.

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