Cassandra
Cassandra, andante da rua abaixo
Onde todos cantam e gritam,
permanecendo vivos embora estejam mortos
Escondendo-se sobre risos vazios
enquanto tu sozinha estás a chorar em vossa cama!
Pequena Cassandra que dos meus olhos não sai
Como é que posso desejar-te mais e mais?
Vejo-te transformar-se em pedra e meu coração doí
Como posso ficar longe de ti sem ao menos consolar-me em te ver!?
Cassandra, que perdida vagas incessantemente por aí
Brigas para não chorar, rezas para não dormir!
Cassandra meu amor, que ao mundo se entregou
Será que ainda tens um coração?
Ou nós vossos contínuos sofrimentos sem mim
O vendeste para não sofrer mais?
Ah minha amada Cassandra, que o tempo não pode apagar
Será que me iludo tanto ao te amar?
Vejo os navios entrando sob o mar
E teus olhos iludidos a vagar, esperando a hora de embarcar
Porque foges tanto de mim Cassandra?
O sol ainda brilha! Veja quanto amor ainda existe!
Não vá! Não continues dilacerando teu coração!
Não narre mais vossas dores que são espetáculos dolorosos pra mim!
Cassandra que do amanhecer se esqueceu
Cassandra da minha doçura,
Cassandra do meu respirar!
Vossas promessas ainda estão a cintilar no meu riso, no meu olhar.
Continuas tão bela, mas tão só dentro de si!
Lembras das rosas? Lembras dos venenos que nos deliravam?
O amor era apenas uma escolha e não uma sentença
E hoje para nós é um castigo...Uma tristeza.
O teu nome jamais poderei pronunciar
E nem com o mel da sua boca me fartar
Nem da pureza mais efêmera do teu riso!
Apagar-te da memoria não farei
Como de mim vós jamais poderá esquecer.
Estarei ao teu lado sem tu me ver
Vigiando com candura teus passos
Esperando teu retorno, até que tu regresses
Cassandra...