Filósofo (Meu?)
Querido filósofo que me ronda,
dizes ter medo da minha inteligência. Como assim?
Dizes que te roubo a solidão e te faço rir. Tanto assim?
Perdoa-me não te fazer um verso. O que queres enfim?
Já partiste uma vez e fugiste de ti mesmo e de mim.
Ah, filósofo querido, não é teu meu coração. Ainda não.
Mas fica por aqui, se quiseres, enquanto arrumo as gavetas
e encaixoto lembranças de coisas que nem ainda vivi. Quem sabe, quando chegarem os trovões eu queira enfim a tua mão.