Não é nada, é só um só.

Não é nada!

É só ele que, desesperado com o rumo da

humanidade, grita e clama pela solidão.

Não é nada!

É só ele, que não briga com ninguém, que

está se batendo consigo mesmo.

Não é nada!

É só ele, que nunca prendeu ninguém, se

esforçando para apreender à si mesmo.

Não é nada!

É só ele, desencantado de tudo, tentando

sobreviver só e em paz.

Não é nada!

É só ele, que sempre falou calmamente,

que tem que gritar às pessoas teimosas:

- Sejam felizes e deixem-me ficar só!

Não é nada, aqui dentro!

O escarcéu sempre veio de fora.

Maio de 2013.

Paulo Cezar de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 23/05/2013
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