Não é nada, é só um só.
Não é nada!
É só ele que, desesperado com o rumo da
humanidade, grita e clama pela solidão.
Não é nada!
É só ele, que não briga com ninguém, que
está se batendo consigo mesmo.
Não é nada!
É só ele, que nunca prendeu ninguém, se
esforçando para apreender à si mesmo.
Não é nada!
É só ele, desencantado de tudo, tentando
sobreviver só e em paz.
Não é nada!
É só ele, que sempre falou calmamente,
que tem que gritar às pessoas teimosas:
- Sejam felizes e deixem-me ficar só!
Não é nada, aqui dentro!
O escarcéu sempre veio de fora.
Maio de 2013.