Do perdão
O andar do momento tem produzido um certo esgotamento, onde o perdão virou ofensa e a intolerância tem alcançado inúmeras instâncias em todos os tipos de relacionamentos.
Talvez isso aconteça porque “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de DEUS, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder”. (2 Timóteo 3:1/5)
Fala-se muito e pouco se faz, num mundo em desequilíbrio, o amor ficou taxativo, rotulado, não perdura mais. Tantas religiões apresentando certas fórmulas quiméricas, mantras, receitas e esquemas que garantem um patamar de sucesso e tranquilidade, com ares de instantânea felicidade.
Enquanto para muitos lhes é negado o pouco, ou o mínimo necessário para se manter; outros, a minoria, desfrutam das regalias da ostentação e do poder. A propósito, poder de que? Se conforme um adágio popular: Há ricos em casebres e pobres em palácios. Mas a questão que nos fica é: plena paz e santa alegria somente no SENHOR.
Na sociedade o indivíduo é bombardeado pelo fluxo informacional; aquele, onde o que já foi, agora é – e o agora já não é mais; induzindo-o ao imediatismo por coisas/ tendências/ comportamentos que tornam-se a cada instante obsoletas e banais, conduzindo-o ao individualismo cego e fugaz.
Ora, “ o solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria’. (Provérbios 18:1)
E diga-se de passagem que, sabedoria só é sabedoria, quando alicerçada na partilha do mínimo necessário ao dia, e não da pilhagem e monopolização de tudo quanto passa pelas mãos e o olhos.
Assim surge a lacuna de uma necessária inspiração, algo onde se possa ter o exemplo, fonte da verdadeira motivação em meio ao turbilhão, do caos e da confusão.
Há quem diga que estamos em falta de mártires que nos inspirem, homens e mulheres, dispostos a renunciarem a si, por amor a uma causa, mas principalmente de uma entrega desinteresseira, genuína e autêntica pelo próximo.
Digo!!! Olhos na cruz. Sendo rei se fez servo, anunciou, viveu e praticou o amor pelo outro, e por esta mensagem foi crucificado. Jesus Cristo é seu nome. Na simplicidade do amor veio ao mundo, e por ter amado, foi odiado por muitos, ao ponto de ser perseguido, negado, traído, torturado, preso e dependurado num madeiro (cruz) junto a um ladrão e um assassino.
Não matou, nem tampouco roubou, mas pela situação muitos o consideraram. Pela maioria não fora amado, pois não pertencia a este mundo, por isso o mundo o rejeitou, haja vista que o mesmo (mundo) jaz no Maligno, mas nos trouxe a lição, mostrando o caminho do amor.
Sobre o amor, Jesus Cristo enfatiza e dá a indicativa em uma de suas explicações: “Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso.
E, se emprestais aqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
Amai, porém os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”. (Lucas 6:32/36)
Em consonância as palavras de Jesus Cristo, pode-se relacionar o amor ao perdão, ou seja, à medida que exercitarmos a capacidade de perdoar, DEUS preenche o nosso coração de amor. Logo, quanto mais perdoarmos, não importando a situação ou circunstância, estaremos palmilhando rumo ao único e verdadeiro fundamento, o amor. Pois, “aquele a quem pouco perdoa, pouco ama”. (Lucas 7:47)
Desta maneira, perdoar é amar. Em certa ocasião, Pedro, um dos discípulos do Divino Mestre “aproximando-se lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete?
Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mateus 18:21/22)
Neste sentido, se há uma medida, ou caminho para o amor, ele passa pelo perdão, que por sua vez lança fora, a indiferença, a intolerância e a rejeição.
Mas, sem sombra de dúvida, aquele que se dispuser a trilhar pelo caminho do amor (ensinado/vivenciado por Cristo) sofrerá de aflições, pois o príncipe deste mundo não ama, e aquele que ama lhe atravessa e incomoda seus planos de destruição dos seres humanos.
Lembrando o que Cristo nos deixou sobre esta questão(para aquele que segue a ele): “ Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. (João 16: 33)
No demais, que o DEUS de Graça e Misericórdia nos capacite em nome de Jesus Cristo, através do Espírito Santo para trilharmos nos passos de Cristo.