Um breve amor

19 de maio de 2011 nosso primeiro encontro., Foi numa quinta-feira de outono. Eu com os lábios avermelhados, óculos escuro e uma garrafa de Smirnoff “hot” na mão. Você sentado feito um índio, olhando meio que de lado um pouco acanhado, porém bem penteado. Fiquei meio perdida, eu ali mini vestida sem saber como cumprimenta-lo. Você logo deu um jeito, me presenteou com um beijo daqueles bem estalados. Fomos caminhando pelo verde pensando num outro verde. Falamos de assuntos tortos, de pedaços tristes de nossa pouca vida. Olhamos para o lago, pisamos na grama proibida, vimos um coelhinho e o imaginamos assado. (rs...) Fomos para o bosque, te apertei, te aliciei, você aparentemente gostou, me mordeu e me encoxou. Depois de tanta bagunça entre as moitas saímos do bosque, atolamos o pé na lama, você ficou meio bravo, mas logo sorrio. Foram tantos beijos. Beijos fortes coisa nossa, capazes de sugar mel e amarrotar o carmim dos lábios. Depois disso nos vimos algumas outras vezes, te fiz café, te roubei beijos, fiquei com os bicos ouriçados, com os cabelos engrenhados e com as pernas entrelaçadas. Dia 17/06 vai fazer um ano que não nos vemos, mas ainda lembro-me de teus olhos amendoados, de teus lábios invocados, de tuas mãos com cheiro de cigarro, de teu sexo, de teu Eu. Sinto falta das loucuras, das ideias, dos filmes bestas, das conversas mal acabadas, de tudo. Espero que um dia possamos nos rever, pois teus olhos escondem o segredo do mel e do fel. Cuide-se meu menino repente.

Lélia Borgo
Enviado por Lélia Borgo em 16/05/2013
Código do texto: T4294215
Classificação de conteúdo: seguro