Carta ao meu amor

Oi,

Estou aqui de posse de lápis e papel, iniciando uma carta pra você, mesmo tendo a certeza de que ela nunca chegará às suas mãos.

Meu coração tá ansioso, angustiado...nunca fui o tipo de pessoa que sabe esperar, sou movida por impulsos e é a muito custo que tenho tentado me controlar para não usar os poucos momentos que dispomos a sós e expor esse sentimento que invadiu meu peito.

Nunca soube ser aquela mulher fatal, que através dos gestos, do tom de voz consegue encantar e seduzir. Gostaria muito de ser dotada desse dom, mas acredito que não possuo essas armas e por isso é tão difícil pra mim me comportar ao teu lado te provocando e ao mesmo tempo sendo a mesma amiga de sempre; dar indícios sem dar a certeza...

Talvez me comporte como uma menina, temerosa à frente do primeiro amor, sem saber se olha nos olhos ou se desvia o olhar, sem saber se um toque pode transmitir mais do que a impressão de descontração. Mas pensando bem, sou essa menina, por vezes ingênua, sonhadora, romântica, que continua acreditando no sonho de ser feliz pra sempre.

Durante todos esses meses venho salpicando na tua vida pitadinhas de mim, do meu carinho por você, através de pequenos gestos, olhares mais intensos, palavras ditas e subtendidas. Na verdade minha tática é te envolver num carinho tão intenso, que você se sinta abraçado. Não sei se tem dado certo, você é enigmático, imprevisível; mas há pessoas que acham que estou no caminho certo. Fantasia ou não sinto que nossa relação está em transição, de uma simples convivência para uma amizade mais consistente...eu vi no seu olhar e nas palavras que você não disse, que eu te inspiro confiança; talvez por isso você se sentiu seguro pra falar abertamente do desânimo tão evidente no seu olhar.

Senti uma pontada no coração, porque sua tristeza é motivo para a minha tristeza. Minha vontade era te abraçar e mostrar que eu tô por perto, que você não está sozinho... Mas meu bom (ou mau) senso apenas permitiu que eu permanecesse em silêncio ao teu lado.

Meu medo é que você venha me dizer que agradece meu carinho, mas que não pode retribuir... Isso seria um golpe e tanto nas minhas esperanças! Porém prefiro acreditar que com esse gesto consegui penetrar mais um pouco no seu coração.

Se você deixar eu posso te fazer feliz, posso colocar um sorriso no seu rosto, não vou te deixar se sentir sozinho, mas para isso você precisa me deixar te conquistar.

Um pouco a contragosto vou precisar de paciência, quero solidificar isso que estou sentindo de forma que seja construída uma ponte (de amizade, de confiança, de companheirismo e de amor) entre nós!

Mary Annie
Enviado por Mary Annie em 28/03/2007
Reeditado em 28/08/2007
Código do texto: T428617