AOS OLHOS DE ESMERALDA

Poeta,

Quem és? O que há por trás deste abismo infido de esmeraldas que carregas nos olhos? Poeta... Quem és? Que mistério! Faço-te perguntas e perguntas que me retornam vagas, num eco de mim, comigo mesma.

E tua boca, a boca que me diz contradições milhares, que me pega, suga e conquista e depois cala, silencia, entristece. Ora me diz coisas de afetos profundos, ora mostra-te desprendido de tudo o que não é carne.

Desejo-te. Homem insano. Desejo-te... Mas o desejo me amedronta a tal ponto, que não me deixo levar, que me seguro aos resquícios mais pobres de pureza e permaneço firme.

Penso por vezes, que as palavras ditosas e bonitas que me deitas, são apenas para que eu ceda ao teus encantos, sórdidos, ao teu toque de homem que acende meu corpo.

Sou tão nova, não é? Inocente, e me encanto tão fácil. Presa fácil.

Apenas tenha cuidado Poeta, para não quebrar porcelanas frágeis... A menos que não se importe.

Gitana.

Efêmera Capitu
Enviado por Efêmera Capitu em 08/05/2013
Reeditado em 12/05/2013
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