Escolhas da Alma

Não vou, nem posso mais, mentir! Tanto tempo faz que aquela história acabou e, mesmo que às vezes, ainda choro. Mas não choro por lembrar-me de tudo o que sinto. Não choro tanto por sentir uma imensa - e cada vez maior - saudade de você e de tudo o que vivemos e compartilhamos. Choro, e sinto, por lembrar-me de que tudo aquilo que era meu motivo de riso, agora, mesmo sem querer, é a razão de minhas lágrimas. Tudo o que fazia a minha felicidade ser enorme, agora está apenas na lembrança. O que machuca mais é saber que o tempo passa; e junto a ele nós também "passamos". Mudamos! E nessas mudanças da vida, nem mesmo a memória continua a mesma; com o mesmo vigor e poder de armazenamento de quando ainda somos jovens. Hoje não temo não conseguir te esquecer. Pelo contrário. Amei você de uma maneira que não quero que esse sentimento se perca através do tempo. Não quero que as lembranças, pouco a pouco, desapareçam de minha memória. Porque cada uma dessas memórias, cada uma dessas imagens que hoje ainda consigo visualizar como se estivesse revivendo, em cada um de seus detalhes mais marcantes, é a representação do momento de minha vida em que mais amei e fui feliz. Claro que não posso afirmar que não seja alguém feliz. Cada época, algo marcante; um novo motivo para sorrir. Isso é fato que sempre teremos. Mas daquela forma, do modo como você me fez, não consigo imaginar que volte a acontecer. Mesmo que você voltasse a "acontecer" em minha vida, eu sei que já não seria o mesmo de antes! Exatamente por causa do tempo! Das inevitáveis e necessárias mudanças! Sinto-me feliz por carregar comigo tão belas, marcantes e inesquecíveis recordações de um amor impossível de ser apagado. Apesar disso, sinto-me ainda mais feliz por saber que hoje posso pensar em você - mesmo que às vezes com a queda de uma lágrima aqui, outra ali - somente como alguém que amei; que à sua maneira torta me fez feliz; mas que, pelas experiências e conhecimento adquirido ao longo desses anos, já não quero mais. Insistir em um erro é o mesmo que nos condenar a sofrer para o resto dos dias. E não é isso que quero. O que quero é que continue sendo o que hoje simboliza pra mim: amor! Somente amor; não mais o erro que eu acreditava ter cometido. Quando amamos, não erramos. Pelo contrário, aprendemos! Aprendemos a enxergar o amor de uma forma mais inteligente, menos egoísta; por que não, inclusive, mais individualista? Posso dizer que amo por nós dois. E exatamente por isso estamos separados. Afinal, amar por dois pode ser suficiente e dar certo em alguns casos; mas querer por dois, isso é impossível. E como diria o velho clichê: quando um não quer, dois não brigam. Por isso mesmo estamos assim: eu lembrando, você esquecendo cada vez mais. Mas vivos! E em paz, creio eu! Levando a vida da maneira que devemos: separados! Embora, talvez, esse meu sentimento nunca seja superado. Por que essa não é uma escolha da minha vida. É uma escolha da minha alma. E talvez a minha tenha escolhido a sua para, mesmo que de longe cuidar, amar e amparar. Mesmo que à distância, mesmo que em silêncio. É realmente no silêncio que moram as mais belas palavras de amor. Talvez um dia, em meio ao seu silêncio, você descubra que me amou, ou que me ama; quem iria saber? Quem sabe, então, nada esteja perdido. Esse amor não esteja perdido! O coração ainda continua, como sempre esteve, de portas abertas para você. Bastaria apenas que você reconhecesse, acreditasse e aceitasse! Aí sim, estaria pronto para voltar. Mas dessa vez para ficar!

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 07/05/2013
Código do texto: T4278762
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