Quando um amor se vai.
Quando um amor se vai se rasga ao meio o coração e sangra , de lagrimas banha o peito e chora. Desespera-se ao silêncio das horas agora solitárias e as que, antes preenchidas pelo carinho e suave presença da mulher amada são relembradas , uma a uma são sentidas, são choradas , quando um amor se vai.
E nesse desespero de completo abandono se revê erros passados, falhas conhecidas e antes ignoradas . Se percebe o quanto foi tolo, foi fraco.E descobre que se perdeu tempo demais em buscas absurdas e obsoletas à procura de perfeições e acertos, quando simplesmente se tinha às mãos a mais perfeita forma de vida , o amor simples em sua plenitude absoluta. E descobre finalmente que o que mais importava na vida estava ali, o tempo todo ao lado mas fomos indignos demais para perceber , que demora-se anos para construir os castelos de sonhos imaginados e simplesmente num ato , infantil e idiota se desfaz.
Percebe afinal que a mulher que amava como divina musa era simplesmente uma mulher simples, que apenas buscava no aconchego de sua companhia a solidez que precisava, para também alimentar seus sonhos.
Quando um amor se vai se toma a real consciência da limitação de seu amor, de sua incapacidade de se entregar por completo; e descobre que não foi um amor que se foi , mas sua estupidez que levou para longe de você esse que foi, um dia , o único amor de sua vida , a metade perdida de sua alma incompleta. E no desespero dessa descoberta encontra-se só com você mesmo , e compreende, finalmente que o mundo não pára para viver suas emoções da maneira que julgava correto , descobre que sua vida não pára por que um amor se foi mas que perdeu a chance de fazer de sua existência solitária uma vida plena e completa , com um amor que era teu e simplesmente a perdeu.