O que as Lembranças não trazem de minha cidade

Caros Amigos (as).

Quinta, 04, Dezembro, 2012.

Apresentação do Lar.

Meus pesadelos se acabaram devido ter voltado. Mas sei que não durará para sempre. O melhor é acordar tarde e ouvir o vento bater á janela. Tocar os pés no chão e não sentir as sandálias. Voltei a deitar e olhando a direita observei que a sandália se encontrava no lado oposto. Nessa hora o sol já estava a pino, liguei a tevê para ver o que tinha de novo passando. Não havia nada. Fiz meu café e iniciei a limpeza da casa. Como em todo dia de domingo após a faxina me encontrei com os meus familiares que estavam felizes a me ver. Primas e primos, sorrisos e abraços eram vistos por todo o ambiente. Mas logo me retirei, me escondi em meu quarto para ler, refletir e pensar. Você deve estar se perguntando, por que pensar? E logo agora? É pelo simples fato de prever a mudança, que não será boa a nosso favor. Não demorou muito até que reclamações eram ouvidas de fora o que me forçou a sair. Era uma discussão sobre quem ficaria com uma casa antiga. Metade se recusava, e queria a casa como um “hotel da família” outros para parentes de fora se fixarem lá. Não me atrevi, sai junto com meus livros e esta carta que estou escrevendo para lhe dizer tudo o que acontece nesta cidade, que com certeza você iria adorar visitar.

Aqui não há terremotos, temporais e nem furacões. Sua simplicidade e quietude se desmancham em raios de sol que se reflete em flores suavemente trazendo a esperança que tanto sonhara. Nos tempos chuvosos, a fartura de frutas e vegetais é enorme para quem as cultiva. Mas que na feirinha - como de costume é realizada aos domingos - não se vende as frutas produzidas na cidade, pois isso raramente acontece, devido a grande demanda exigida da cidade. A arquitetura desta cidade é sutil, formada por casas e casebres quebrados, comércios com ou sem pintura, praças desertas pela manhã, festas todos os fins de semana, agricultores atrás de sementes e adubos, homens e mulheres indo e voltando são boa parte das pessoas que compõem esta cidade, a outra ainda desconheço. Estamos falando de uma ex-fazenda que aos poucos se tornou um povoado misto por esse Brasil a fora. Ás vezes forçados por condições financeiras ou por fugir de pistoleiros. Estamos falando da terra que era rica por pequeninos abacaxis que sem dúvida formou o nome desta que logo depois se tornou cidade.

Estou falando de uma cidade, que nos dias de hoje está fria e quase sem vida. Aqui há mais briga e intrusão do que amizade. Os Prefeitos Ascendentes deixaram grandes “buracos” fazendo com que a descrença e desconfiança rondem por aqui.

Dayane Rocha
Enviado por Dayane Rocha em 02/05/2013
Código do texto: T4271257
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