VIVER - (1997) -
Parágrafo de carta não enviada
NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 29 DE ABRIL DE 2013
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E, no entanto, queria viver. Abro as janelas do dia, tento deixar entrar o ar. Olho minha paineira diante do prédio, esta árvore que só floresce no outono. Ouço PASSARIM, do TOM, e choro. Tento cantar com ele, Tom, mas, meu canto está com as duas asas quebradas: as duas asas quebradas, as duas... Tu consegues imaginar que estão quebradas as duas asas do meu canto? Tu consegues? Preciso ainda crer nisso, como preciso de ar. Como preciso de ar. Não canto mais. Que ao menos ainda eu possa respirar.
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