O nosso passado

Eu sei e todo o mundo já sabe, que essa história toda deveria estar superada, apagada, amenizada, deixada para trás. Em seu devido lugar! Ainda assim, continuo insistindo em falar de você, em falar de nós dois; em deixar tão claro, a quem quiser ver, o quanto te amei. Talvez sem ser amado com a mesma intensidade, sequer com a mesma verdade; mas ainda assim, feliz! Já que somente eu sei o quanto era bom acordar depois de uma noite inteirinha agarrado com você, principalmente depois de fazer amor. Somente eu sei o quanto era bom acordar e, ao abrir os olhos, te ver dormir como um anjo. Talvez você não saiba, nem desconfie, mas sempre te achei lindo ao dormir! E adorava velar seu sono! Quantas e quantas noites esperei você dormir só pra te observar. Só para constatar que tudo aquilo que eu vivia não era somente um sonho. Era a minha realidade. E, apesar de todas as brigas, era a minha mais doce realidade. Afinal, quem estava ali ao meu lado era alguém por quem eu sempre esperara, alguém que eu sabia já amar mesmo antes de conhecer. Alguém por quem, se fosse preciso, eu daria a minha própria vida. O que não foi preciso! Sem que eu pensasse, você mesmo me acordou desse sonho; tornando-se meu mais doloroso pesadelo. E você nem imagina quantas e quantas noites fiquei me perguntando o porquê tudo teve que acabar daquele jeito. O porquê você fora tão fraco, tão mesquinho, tão covarde. Não imagina quantas noites já passei em claro pensando em você, me lembrando daquele sorriso que sempre me dava ao acordar. Não sabe por quantas noites senti minha cama vazia; meu abraço, idem. É ruim demais se acostumar a dormir agarrado a alguém e, do nada, ter que se acostumar a agarrar o travesseiro. É triste demais! Apesar de ser um bom companheiro nas noites vazias, ele não tem calor, não tem vida. Está lá imóvel. O que não acontecia com você. Embora seja somente ele quem tenha me restado. Ele e cada uma das recordações que me vêm quando me surpreendo, como sempre, recordando o que já deveria estar esquecido: o nosso passado.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 28/04/2013
Código do texto: T4264148
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