Noites intrigantes

Está tão triste esta noite,

ouvir sua voz, senti-lo aqui,

não poder tomar a iniciativa que quero,

não poder ao menos observá-lô .

Não querer o brilho dos teus olhos

pra não me perder, pra não me trair,

para não ser arrastada por essa onda de paixão.

Se você soubesse como está difícil ficar aqui,

com a cabeça abaixada, lutando contra mim mesma,

evitando nosso contato visual;

e...

Que ironia! Teu olhar é o que eu mais quero...

Mas eu sei!

Sei que meus sentimentos

são inapropriados para minha realidade!

Mas...

Eu gosto tanto de você!

Poxa! Poderia ser tudo diferente,

eu só queria ter a oportunidade

de falar um pouquinho

do que meu coração sente;

mas não posso!

Isso está rasgando meu coração!

Eu não procurei isso!

Eu jamais provocaria essa situação.

Jamais!

Nem sei o que aconteceu por aqui,

não sei que caminho é esse,

não sei onde vai dar, não sei...

Só ouço nessa escuridão medonha

esse som que me chama,

esse som que incendeira meu peito,

que traz de volta sentimentos bons,

esse som que faz vir á tona o melhor de mim,

traz a tona minha doçura, meu carisma,

meu senso de humor;

coisas que estavam enterradas há algum tempo.

Meu anjo, como sua voz é linda!

E eu só queria ouvi-lá mais de perto,

que viesse diretamente para mim;

que chegasse mais pertinho,

que pudêssemos ficar à sós por um minuto.

E esse minuto seria tudo!

Quero tanto, mais tanto esse minuto,

que transformaria 60 segundos em uma vida,

o transformaria em uma história

I-N-E-S-Q-U-E-C-Í-V-E-L.

Mas, na realidade,

eu me deleito nesse sofrimento de guerra;

eu contra eu mesma.

Hã, hã, hã, quem diria...

estou louca, totalmente pirada!

Nós não temos chance, nunca teremos!

Isso é burrice!

E poxa, mais um equivoco meu,

o "nós" deste texto não existe!

Essa história é maluca,

eu não sei da onde veio isso!

Eu não quis que ela existisse,

não foi intencional!

Mas, mas...

Agora eu me encontro

perdidamente apaixonada,

e para piorar,

com isso se acarreta a burrice,

a loucura, a cegueira

e tantos outros sentimentos mais

que eu estou sentindo agora...

Está doendo aqui dentro,

bem lá no fundo dói muito;

enquanto você disfarça,

enquanto você escreve...

Suplico aos céus;

mas Deus não escutará esse pedido!

Então, suplico somente!

Gemidos inexplicáveis com meu travesseiro...

E se eu me entregasse nessa loucura,

deixando de lado minha consciência,

as conseqüências (???)

Há! Quem me dera poder passar por cima disso!

Como eu o desejo!

Como o quero, como eu te preciso...

Preciso que se aproxime de mim

com esse seu jeitinho dócil,

com esse seu carinho.

Com essa insaciável sede

que transparece em seus olhos,

a sua boca que notavelmente se seca

pelos teus desejos escondidos,

e esse olhar que não nega o que pensa. (...)

Ah esse olhar!

Esse olhar te denuncia todo!

Esse olhar me deixa louca,

me deixa boba, me faz perder a pose,

me faz descer do salto...

Me deixa paralisada...

E agora, esse fogo já tão alto,

como apagarei tudo isso que há dentro de mim?

Eu não consigo!

Por favor, tenha compaixão de mim,

eu não consigo...

Eu não consigo, não dá...

Não dá pra te esquecer meu docinho,

meu fofo! Meu louco e incoerente desejo;

meu nada, meu... Queria poder chamá-lô de meu tudo!

Te adoro! Te adoro! Te adoro!

Bom, agora esquece! Delete,

apague, amasse, rasgue e jogue por aí,

em uma lata de lixo qualquer...

Faça o que quiser com isso, afinal...

a carta, as palavras e o que eram

os meus sentimentos, agora baby,

são todos seus, todos seus!

Faça o que bem entender; e...

Faça o seguinte; a pior da hipóteses para mim,

talvez a melhor delas para você:

Simplesmente ignore tudo isso!

Continue fingindo que nada acontece;

Finja príncipe!

Finja que você se sai muito bem...

Muito bem mesmo!

"Eu o ouvi falar, ele...

Hã! Ele nem se deu conta

do disparo que causou..."

E tudo que já é abstrato,

a cada dia se torna mais abstrato ainda.

Mas quem já se apaixonou sabe;

o abstrato é muito mais forte

que o concreto!

Muito mais...

Samara F Camargo
Enviado por Samara F Camargo em 26/04/2013
Reeditado em 21/08/2013
Código do texto: T4259986
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