Me ouça...
Eu queria me pôr na sua frente e te encarar,ainda que na ponta dos pés e dizer: Me ouça. Meu coração precisa gritar o rompante de sentimentos que o afligem,caso contrário tenho me de que se exploda ou ocorra um efeito inverso; De sentir tudo eu passe a sentir nada.
Eu tomaria fôlego e diria como os seus olhos me afetam.Como um olhar seu pode embalar toda a minha semana ou minar os meus dias.Como o seu sorriso é um potencializador de minha alegria. E Quando há um sorriso duplo, esse que te põem "ruginhas" a volta dos olhos e covinhas na bochecha,eu procuro armazenar cada detalhe, cada inflexão de seu rosto,para me lembrar nos momentos tristes, aquele onde você sem razão, some.
Eu diria que meu colo, de certa forma, sempre foi seu.E que ele esta esperando o dia em que você me peça refúgio, para poder te abrigar.Sendo meu menino, meu pai e meu homem, três pedaços de um só e eu seria para você o porto que sempre buscou. A dualidade enfim completa.
E nós dois olharíamos juntos na mesma direção ou em direções opostas e traríamos nossas opiniões, nossos risos e nossos choros para dividir. E como sentiríamos falta um do outro! E como mataríamos a nossa saudade num abraço capaz de parar o mundo.
E como tentaríamos manter o decoro na presença de estranhos, mas secretamente, voaríamos na direção um do outro em nossos pensamentos.
Como tudo isso pode se converter em verdade, eu não sei. Mais eu sinto que todos os passos que eu dei até hoje me levaram até aqui, na sua frente onde eu pudesse dizer com olhos, voz, alma e coração: Me ouça.
Nota da Autora: carta escrita para um certo fulano, que jamais entreguei (e jamais entregarei.)