Dupla Negação
Sempre escrevo sobre um estado de espirito, um sentimento, meus ou apropriados, mas neste momento só tenho a ausência como tema.
Antes de um texto, trata-se de uma conversa entre eu e mim. Uma tentativa vã de arrancar-me a roupagem, virar-me ao avesso e, quiça, enxergar quem habita meu interior.
Coerência e coesão talvez sejam conceitos em falta neste texto. Desconfio que esses nunca me foram grandes companheiros de caminhada...
Não sinto nada!
Naquele período de calmaria que antecede a tempestade.
Uma panela de pressão com a válvula entupida. Em ebulição. Sem aliviar a pressão interna, resta apenas a explosão.
Eu deveria estar tantos sentimentos... Quantas são as possibilidade? Estou oca.
Num estado de latência passo pela vida e pela morte, sem medo nem de uma nem da outra, sem medo de um futuro transposto.
Aguardando pela explosão, na verdade de uma dupla negação.
Não sinto nada!