QUERO QUE COMPREENDA
Eu vivi [e vivo] você com a alma, e não com o corpo, por esta razão, é muito mais difícil aceitar a tua ausência em amor. Vivi intensamente, coloquei a minha fé a cima de todas as coisas, visionei um futuro bonito para nós dois, o qual não há sentido de existir remado tão somente por mim.
Antes eu tivesse vivido tão só teu corpo que tua alma, eu creio que muito menos seria a dor, porque o corpo é saciável com outro corpo. Porém a alma é única, não saciável em outra, é lá que estão o caráter da pessoa, as particularidades distintas, o encantamento que brota sem cessar...
Eu não vivi um objeto em você, mas uma pessoa; objetos são descartáveis, pessoas não. Verdade que foge aos padrões sistemáticos de nossa sociedade pós-moderna, que “coisificam” as pessoas, reduzindo-as a meros objetos de uso e desuso.
Por conta da vulgaridade do mundo, que faz ver as relações de um modo feio, talvez não compreenda o que é ser poeta. E não estou aqui me classificando superior a qualquer homem, até porque tenho meus defeitos, e como os outros, sou único, e como poucos, eu tenho algo de diferente, e você sabe mais que qualquer outra pessoa.
Percebo que é forçada a não compreender os teus sentimentos por mim, e que te põe a afastar-se quando na verdade o teu coração convida a aproximar... Eu jamais irei compreender o “por que não”.
Pergunto-me, será mesmo que repreender o que é belo é válido? Deixar o coração afogar-se nos próprios sentimentos... Não seria melhor compreender, dar chance? Escutar o que ele (coração) tem para dizer...
Não sei o que se passa com você esses dias. Tenho evitado saber para não criar duvidas, e tenho pensado em abandonar o Recanto por receio de algum dia ler um poema de amor de você que não seja para este moço que te ama, pois é aqui o lugar que ainda te leio, e eu adoro te ler porque te sinto mais perto, como aquele último poema de amor que publicou por aqui. Existe muito da gente e eu creio que o escreveu pra mim, mesmo que não me disse quando perguntado.
Olhe, eu te amo do jeito mais belo que um homem possa amar uma mulher, na entrega do corpo ao desejo do corpo, e da alma a eternidade na alma.
Do teu poeta.