MEU CARO SCARPELLI
MEU CARO SCARPELLI
Março de 2013
Hoje desceu uma vontade muito grande de lhe contar as últimas que têm acontecido aqui em Santo André. Creio que, de onde você está, não haja condições de acompanhar o nosso dia a dia. Em todo caso, já sabendo ou não, nada me custa colocá-lo a par da situação. Para iniciar, devo-lhe confessar que pouco tenho encontrado sua família, somente vendo, de vez em quando, a Maria Elisa, mesmo assim, apenas cumprimentando-a com um simples bom dia ou boa tarde. O Renato e suas filhas não tenho visto. Faz um bom tempo.
Tenho plena certeza de que você o que mais deseja saber, é sobre o Panelinha e a fazenda. Os almoços aos sábados continuam. É bem verdade que a frequência diminuiu muito. Aquela média entre dezoito e vinte pessoas, hoje está na base de dez a doze presenças. Às vezes, nem isso! Atualmente, quem está comandando a cozinha é o Titão, esporadicamente o Farid e o Gino. Assíduos, ainda o Floret, o Farid, o Bimbo, o Stamato, o Newtão, o Irineu, o Aladino, o Eginaldo, o Gino e eu. O Duílio mais ou menos, o Zé Roberto idem, o Mané muito pouco, o Elver nada, o Ronaldo pouco. O Gato está muito doente, não saindo mais da cama. Seu amigo Zé Penosa está cada vez pior. Nunca almoça com a gente. Depois de brigar com o Pinheirinho, com o Ditinho, agora a bola da vez sou eu. A encrenca começou porque ele, numa das últimas fazenda, levou algumas camisetas e distribuiu para metade dos presentes. Eu fui um dos que não ganhou. A foto tradicional saiu metade dos descamisados, metade os com camisa. O Bimbo, como sempre, levou-as no Panelinha, no sábado seguinte. Eu e o Zé Roberto, que também não havia ganho, na hora reclamamos com o Penosa. Comigo ele brigou! No aniversário do Bimbo, de oitenta anos, ele (o Penosa) mandou confeccionar camisetas alusivas à data. Distribuiu para todos, menos para mim. Advinha, estrilei feio. Senti-me o próprio Sérgio Escadinha, o líbero da seleção de vôlei, com camisa diferente de todos.
O assunto, agora, é o futebol. O nosso tricolor montou um belo esquadrão. Porém, o time não engrena, não tem mostrado um bom futebol, apesar de ser o líder no Paulistão. Na Libertadores, a coisa está bem difícil. Acho que não vai se classificar para os mata-mata!
O técnico, não sei se você conhece, é o Ney Franco, um mineiro que acho muito fraco para um clube como o São Paulo. O Ganso, uma das grandes revelações do Santos, que contratamos, não disse, até agora, a que veio! Não põe os pés nas divididas.
Devo-lhe dizer que sua falta é muito sentida. Tanto nos sábados, como nas fazendas. Naqueles, não temos mais comido os célebres bifes à parmeggiana, e nestas, tem sobrado o Swing, seu whisky preferido. E a subidinha para o alambique está sentindo sua falta.
Na pesca, também, sua ausência é muito sentida! Eu, por exemplo, ao ministrar as aulas “de como pescar”, sempre estou lembrando de sua figura alegre.
Vê se dá um jeito de pedir a todos os anjos e santos daí, para iluminar o Zé. Um jeito para que ele acabe com essa mania de “ficar de mau”. Não temos mais idade para isso, pô!
No mais, vamos levando aquela vidinha normal, eu sempre envolvido com minhas crônicas.
Um grande abraço!
Saudades!