Doída.

Na doída perda de não te encontrar, eu morro, antes mesmo de nascer de novo.

Desacredito de tudo que já me disse e que vivi.

Doí todas as palavras julgadas, mal ditas, influenciando minha dor, mal tratada pelo tempo, dizia que era sua também.

Desacredito.

Moí a minha mente, traz milhões de dores e sensações de desprezo.

Como alguém pode desafiar os meus tremores, os mesmos mal tratados, em um passado tão próximo.

Faz me escrever de todas as dores causadas, a carência arrastada.

Faz me lembrar do passado, do início da minha descoberta como mulher.

Faz me chorar de incapacidade, de não saber me expressar.

Não me tratas, como flor.

Não devíamos ser assim tratadas?

Me aterro no erro, antes pensado.

Me chamas egocêntrica, me acusas egoísta, me faz leituras dolorosas do eu, que nem eu mesma sabia existir.

Não me conheces, é apenas um infortúnio da minha existência.

Mas creias, que a dor, de lágrimas soltadas ao vento, não te dará mais esperanças, de ter um dia sequer ao meu lado.

Pois, cobre-se de raiva, entendida.

Escurece minha tão límpida e transparente natureza, o sorriso enrubescido da dor, e das nervosas gotas de água que se espalham em meu rosto, doendo me tanto, que penso que é provável que assim sofreu.

Dá o troco, agora é meu, teu antes pesar.

Avisada fui, algo me dizia, não deixas pequenos enfeites, lhe mostrarem o antes não muito racionado fluido de ressentimentos.

Como posso eu, após tantos anos, deixar me ser feita de tola.

Como podes me acusar de em ti, não pensar.

Não sabes o que diz, mas mata.

Ao matar meus sentimentos, faz me engolir teus ressentimentos.

Eu avisava, todo tempo avisava, estávamos avisados que aconteceria isso.

Nunca me terás, pois a tolice, lhe comanda.

E me perdes de novo, tantos anos, tanto quanto lutou, morre de novo.

Eu mato, morro junto, não guardo mais.

Devolvo-lhe todo o amor, antes achado.

O querer tão quisto e observado, enchias de esperanças.

Não me mereces, não mereces meu recorrer ao amor, nem as palavras.

Não quero nada de tua arrogante e pouco amada presença.

Aqui tinhas amor, tinhas o carinho, e a carência doída.

Dada fatidicamente, com tanto pesar.

Morre a doída perda.

Manu Rocha
Enviado por Manu Rocha em 20/03/2013
Reeditado em 06/05/2014
Código do texto: T4198715
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