A vida se encarrega
Amor! Quem não tem uma história pra contar? Quem não tem em sua vida alguém insubstituível? Aquele ser que, passe o tempo que passar, venha a distância que vier, sempre será o mais representativo em sua vida? Pois bem, se eu dissesse que não, estaria mentindo. Vivi sim um grande amor. E que amor! Chegou de forma surpreendente. Arrebatadora. Não demorou muito para me dominar. Para fazer de mim o que bem quis. Hoje, há muitas pessoas que observo com outros olhos, com aquela mesma perspectiva de algum tempo atrás. E sei que, da mesma maneira, há quem também me observe com o mesmo olhar. Mesmo quando eu, ou mesmo a outra parte, não tem coragem de declarar o que sente. Ainda assim, posso afirmar com toda a convicção do mundo que, independente de quem chegar, talvez eu volte a amar como um dia amei, talvez não. Pode ser que eu esteja mais experiente, maduro e preparado para não repetir os mesmos erros, derramar as mesmas lágrimas. Passar pelos mesmos momentos de tortura. Mas sabem aquele acontecimento que nos faz jogar tudo pro alto, sem nos importar, momento algum, com o resultado? Pois bem; pra mim, esse acontecimento já veio. E até hoje arco com as consequências daquelas escolhas. Certas ou erradas? Agora não importa mais. Passou - ao menos é o que quero acreditar. E posso dizer - espero estar enganado - que talvez ninguém venha a representar em minha vida o que aquele amor representou. O misto de amor e dor, de loucura e doçura, de inteligência e ignorância. Digo mais, se ainda escrevo sobre tal, não é porque quero viver novamente aquela história; é simplesmente porque escrever me faz bem. Por não haver na vida nada que me dê mais prazer do que repassar ao papel, ou mesmo à uma tela de pc, tudo o que penso ou estou sentindo. Hoje, quem é responsável por quase - ou mais de - mil textos de minha autoria, sequer lê o que eu escrevo. E isso me importa? De forma alguma! Nunca me importou. Talvez, se importasse, teria parado nas primeiras linhas escritas. Não espero mais que minhas palavras me tragam alguém. Nem sequer sei dizer se quero que venha alguém. O que quero, de todo o coração, é me sentir bem comigo mesmo. Continuar expressando dessa forma tudo que minha mente ou coração me pedem. Porque hoje, não há, pra mim, nada mais gratificante do que poder colocar em cada linha, em cada palavra, em cada vírgula, um pouco - ou mesmo muito - do que sou, vejo, penso e sinto. Com a certeza que, mesmo sabendo que muitos me criticam/julgam por isso, outros me admiram, estão comigo. E isso que me deixa ainda mais feliz. Saber que em nada na vida estamos sós. Sempre há no mundo alguém com os mesmos propósitos que os nossos. Seja um amigo, um familiar, ou até mesmo quem represente o amor. Acredito em alma gêmea sim! Mas não acredito que ela precise ser necessariamente aquele ser que estará comigo até que a morte nos separe. A morte já me separou de tantas pessoas que amei, que hoje já não espero o tanto que esperava quando ainda era um menino. A vida ensina muito. Talvez eu tenha aprendido uma parte. Talvez ainda falte muito mais a aprender. Mas é a própria vida, quem se encarregará de todo o restante.