Soltar as hastes da alma
Soltar as hastes da alma, se agarrando em torno da órbita dos olhos, focar na íris do pensamento, criar ações, sendo que o pensamento é corrente do desconhecido.
Se soltar é uma questão de coragem e desapego.
Num silêncio vem uma velhinha nos dizer: Atrás daquela mata há apenas escuridão, mesmo que vossos corações os encaminhem pra lá não se permitam ir. Parem enquanto é tempo, ou irão sentir o pavor eterno que guarda a escuridão.
Lá fui eu de passo falso atravessar o que a consciência me barrava, mas o coração da "liberdade" buscava à distância. Estar distante de tudo, porém com isso talvez sendo o ponto de resgate de uma atenção que o ego humano carrega.
O reflexo que uma alma velha deixa em nós é sempre desconcertante. O pior foi quando cruzei o portão que dava pra mata escura, e apesar do que lá encontrei nada mudou.
O proibido é o licor da juventude... O tomei. Porém, minha alma se inflou tão pouco que o processo de esvaziamento teve mais sucesso. Um sucesso dramático e duro. Sem frescor, sem brisa nem toque quente de alguma chama, apenas tornou-se insensível, frígida.
Agora seria muito vergonhoso olhar no espelho e tentar reconhecer o que foi deixado por dizer...
Isso demonstrado aqui, em palavras digitadas, dedilhadas firmes, mas suspensas de intenção, é apenas o caos que infringe as leis naturais. O que carregamos em nossas almas, como experiências, talvez já vividas, talvez observadas, ou apenas planejadas, coisas que não saem do papel espiritual.
Ser impulsivo, criado por um susto ou uma carência do universo, carência que o pode ter levado a criar os seres por mera bobagem, para vê-los evoluir dependentes dele.
Quando se chega a certas conclusões, muitas vezes contestáveis, não há progresso, por não haver meta, intenção. Vai ficando desconexo, se perdendo...
As palavras, essas que desviam em torno de mim, de você e deixa essa sensação de eloquência, apenas engana a mente, pois busca confundi-la com o coração e a brutalidade do raciocínio sem sentimento.
As palavras vão perdendo o sentido, deixando pra trás tudo que, viveu tudo que acreditou. Tudo e todos que as fizeram escrever por algo, para alguém ou por um consolo, se perderam em si, ao serem lidas por olhos preenchidos de emoção exterior ao que se propõe aqui.
Uma perda total para alguns. Para mim, mais um aprendizado.