História indeterminada

Estive voltando no tempo não cronometrado de um tempo atrás, sei que foi algo venenoso, que causou vício.

Eu em minha inocência, ou coragem trouxe “pranto” para mim por acreditar que seria forte de modo que não entraria em desmanche de sentimentos, depois que não mais tivesse tempo para isso eu pensaria, mesmo sabendo o que seria após acontecer o melhor, mas se houve culpa já foi assassinada junto às lágrimas que caíram.

Ontem falei a uma pessoa que às vezes devemos arriscar nossa retaguarda para poder ter um resultado, pois o que importa é isso, e que nem sempre as consequências são ruins. Não disse nessas palavras, mas creio que eu soube reproduzir de modo convincente, mesmo para mim.

Mas voltando ainda no tempo que não medi e nem vou. Para ficar mais fácil, vou contar uma história fantasiosa, quem entender, ótimo, quem não entender, fica como se fosse uma história fantasiosa, ou considere mais um conto meu sem muito rumo.

*Decidiram partir para um mundo muito longe, mais do que pensavam ser que não se podia dar nome, apenas descrição, mas tão interessante quanto o inimaginável.

Tão presos no que fariam acontecer ali, criando momentos, que não imaginavam que poderiam ser horrendos se levados para um lado desconhecido e mais escuro que suas mentes sonhadoras.

Mas a passos largos foram até aonde enfim chegaram, e isso já não foi fácil de início, nem para um nem para outro. Mas chegaram e logo se encontraram com o nada de lugar nenhum, com alguns seres referentes a eles próprios. Ambos em suas bicicletas, o que logo os faria caminhar com os próprios pés durante várias noites.

Lá não caia neve, nem sereno, nem reclinações, era apenas frio e molhado, mas nada caia nem comida ou álcool, e eles sempre na procura de instalação das ideias. Nãos e sabe explicar como tudo não se transformou em uma carnificina, pois o ideal de ambos era exibição de seus fatos. E assim se fez história noturna em sua maioria atemporal.

Grampeados um no outro passaram algum tempo tentando se desprender sem se soltar. Tudo que os prendia era a mente. A criadora e destruidora de tudo que estava envolvido, o que os envolveu.

Não esperavam prazer apenas “alegria”, eles conseguiram, e em tamanho e qualidade, tão grande que virou prazer pela dor, somente pelo fato da alegria passar a ser mais que um envolvimento apenas no olhar, passou a ser alegria e prazer por chegar à mente, ser tão sentimental naquele momento que sentiam doer*.

Agora eu poderia criar nova história, ou citar algum verso de poeta comercial, ou então colocar as personagens para “dormir,”, mas não vou seguir por fora, vou pelo caminho mais completo, gastarei o que precisar nas palavras que for preciso, não sei se terminarei hoje, amanhã, depois, ou se devo esperar uma resposta do universo para mais alguma questão humanitária, mas também não, não posso sequer terminar agora, assim como está, apenas contar mais do que há na história superficialmente, quando leio algo quero saber “tudo” que estiver ali, mesmo entrelinhas, e não vou deixar muito assim dessa vez, pois não terminou e eu não poderia me dar o direito de ignorar alguns fatos e detalhes ou ocultar, afinal alguém me diz: “Percebeu que a história não terminou e precisa seguir? Vamos, vamos.”

Parece algo grande, mas não era tanto até ali, foram os dois que fizeram isso parcialmente, juntando peças que não significavam nada antes, apagando qualquer vestígio de hora para apreciar o que ali devia ser atemporal e sem limites, assim fizeram enquanto deu para fazer.

Deram sentido ao que pode ser chamado de desimportante e cresceram juntos, retrataram o que mais tarde seria nulo, ou oculto para mais tarde desabrochar, apenas eles sabiam.

Agora sim, numa noite perdida entre outras e estrelas espalhadas no luar poderiam espatifar no chão que não seria tão chamativo como o ambiente criado naquele lugar iluminado pelas mesmas. Dedilhados solos em cordas de violão, vento fazendo tremor na pele de muitos ali, sim, havia muitos deles ali, no fim de tudo mais que o desejado, alguns podiam sentir as cinzas de muitos cigarros caírem pelo chão evaporando logo por outros ventos que passavam, a escuridão não era maior que os principais carregavam consigo, era um sacrifício segurar aquilo que então já dissipava nas palavras viradas do avesso, talvez não houvesse choro em barulho apenas um curto circuito nada secreto para tanta curiosidade.

Assim que uma sombra chegou ao local foi percebida pela inocência de uma das criaturas, essa que mais tarde será muito citado, não ela em si, mas seus detalhes e impressões. O cheiro das coisas mudava enquanto isso, o olhar também, demorou um pouco, aliás, demorou até muito para que olhares se cruzassem e quando aconteceu foi repulsivamente que saíram palavras intencionalmente desconhecidas e desgostosas.

Antes era uma garota e um garoto, eles soltaram um do outro, ficou ainda uma preocupação de uma parte, a outra parte já estava em um caminho que pretendia seguir adiante pela noite, e ela não tinha nem onde, nem quando, nem como se guardar daquilo, já havia cruzado seu pensamento a curiosidade do que agora eram uma mulher e outro homem, o garoto já era um homem também, mas em outro caminho.

Não pode ser imaginado exatamente um diálogo aberto, pois como a maioria das ações depois de uma pausa há mudanças, e essas ações eram mais mentais que físicas de início.

Depois da primeira palavra, ou frase, ou pergunta: Boa noite? A garota não se apegou a isso, preferiu uma segunda tentativa de conversação.

Precisariam de uma bolha que quebre o som para isso, mas a única coisa que conseguiram foi a companhia do garoto que, mesmo estando em outro caminho, estava ali com eles, por quê? Desconfiança talvez. Mas quando percebeu seu lugar e a situação partiu e já não mais participaria de situação nenhuma naquela relação dos desconhecidos mais conhecidos que em uma vida toda.

E ao amanhecer puderam tocar as mãos pela primeira vez.

Primeiro um olhar, depois o toque das mãos, isso deve ter sido inspirado por Shakespeare, mas não importava.

Como disse antes essa história não termina aqui, não, não se sabe se há final, e como terei que procurar fontes confiáveis para conseguir contar partes do que me passaram despercebidas, e como não é de meio feitio então ficará em aberto por hora, mas a história com certeza voltará a ser tocada.

Akiw Purple
Enviado por Akiw Purple em 13/03/2013
Código do texto: T4186921
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