Reflexos de Akiw em sonhos

Em minha falta de condição uma modéstia me recolheu sem deixar que os espelhos me julgassem, como? Não olhando para eles.

Os fantoches de minha mente mostram em meu palco a eloquência em cenas à vida que sigo.

Pode-se ver o fantasma de um ser insensato, ou insano, caricato, abusivo, abstrato, triste, infundado, e desconfortante.

Um papel forte, e fraco, um rosto que vira dois, e dos dois se abrem em quatro, eles trazem mais corpos e mentes fechadas em si num circulo, dançando e sapateando no mesmo lugar ao som morno do violino, tão inflexível.

Suas máscaras são trocadas a cada mudança de nota, e as notas nunca mudam. Alguns dedilhados que surgem no teclado da vida trás uma alegoria de palhaços sacanas e macabros. Eles deitam e levantam por todo o palco. Abrem e fecham as cortinas, quando querem. Trazem bambolês com cerol e rodam em nossos pescoços, e rodam em nossas cinturas.

A cortina se fecha, e logo se abri, subo no palco, nele há uma parede de vidro, ando em volta de mim mesma, quando pisco meus olhos essa parece vira espelho, os palhaços vem dançar em volta de mim, agora não sou só eu, então me junto a eles e observo suas roupas, sapato, colarinho, anéis, óculos, e nada de olhos.

Por momentos que não consegui contar esses palhaços me perseguiram com danças que nunca vi. Achei que não iam mais parar, mas pararam, e sumiram.

De raspão quase gritei: “Me salva!”, mas iria gritar a quem, não há suspeita de algo superior em volta. Olho para o grande reflexo e se inverte e volta ao normal, se coloca em alto-relevo, convexo, inverso.

Sentada catando minhas cordas vocais, não adianta, não faço movimentos, então não tenho respostas, perdida não estou, sei o que é isso.

Me levanto e vou para frente do espelho, o encaro, tento assustá-lo, ele não reage, o que há lá dentro é o mesmo que aqui.

Foi o que eu pensei.

Então saí dele uma criatura que me faz sentir o fluxo da tristeza, mas me coloco em posição de guerra. É guerra que tu queres, é guerra que terás.

Como se houvesse plateia olho para os lados e finjo ter torcida.

Posso estar, eu, Akiw, enlouquecida já?