Me senti poeta hoje

Confessando que tudo vem, e vai…tudo passa, e regressa, mas se vai.

Minha pior/melhor QUARTA-FEIRA!

Passei mal em plenas 06:00 da manhã, dor, BUSCOPAN, dor, sono X dor em combate, e logo mais dor que não acabava mais.

Dei meio dia para que ela se fosse, antes de ela me abandonar adormeci no colo de alguém. Fico pensando que seria se não houvesse “alguém”.

Dor de quê não sei, mas era viva!

09:00 no relógio e fui atacada novamente pela companheira da carne.

Quem me dava colo não suportou ver minhas contorções e saiu correndo para pedir alguém para me levar ao hospital. Voltou correndo perguntando se eu podia andar, mas não conseguia.

Logo me chega uma pessoa à porta e diz que não conseguiu o carro…

Nessa hora parece que a dor atingiu seu maior auge. Deu placar 10X0 para ela no final do combate! Não havia mais sono, nem força.

Meu máximo foi me levantar a beira da cama e me ver num precipício. Rodopiei e voltei a cama num golpe de tontura.

Apaguei.

Meu colo já não parava em baixo da cabeça, quem me auxiliava já não sabia o que fazer, fazer o que afinal? A dor era minha. Podia fazer o que fosse, a dor ainda seria minha e em mim, e só.

Por mais que me fizesse companhia não sentia o êxtase todo correndo em meu corpo.

Houve então uma luz e gemi: Ambulância!

Tudo ficou estranho agora.

Novamente meu auxiliador saiu correndo e voltou dizendo desgostoso que não podiam buscar.

Fiquei calada, me encolhi no travesseiro, e de olhos fechados pedi um abraço.

Ele se sentou a meu lado desesperado e se colocou em cima de mim. O abraço mais estranho que já recebi.

O fiz deitar e me beliscar para dispersar a dor. Não exitou e assim fez. Ai! Pronto, voltou o sono.

Então eu disse que estava passando, passando, e passando…ia passar.

Adormeci num braço.

Depois o que mais me fez falta foi a dor. Sim, apenas ela me fez sentir viva.

Me forçou a proceder pela vida, me fez manter os sentidos. Me fez sentir que ainda podia lutar por algo.

Me senti poeta hoje!

Augusto dos anjos foi o maior, e o mais doente, e tantas cosias belas nos deixou, mesmo quando falava da dor, tão bela quanto é.

Akiw Purple
Enviado por Akiw Purple em 08/03/2013
Reeditado em 08/03/2013
Código do texto: T4178160
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