De pouco em pouco tudo muda

Aos cinco anos de idade a criança perdeu a mãe [que morreu de causas desconhecidas] e no mesmo dia viaja para morar com familiares, logicamente sem escolhas, pois não havia um pai presente em nenhum momento, e a partir disso começa a compreender as coisas a sua volta [Claro que haviam pessoas envolvidas que fizeram isso querendo seu melhor moral, espiritual, etc.].

Foi ordenado à criança a chamá-los pelos devidos nomes. Na casa agora seriam ela, a tia sendo a mãe, o tio, que agora seria o pai [que mal tomava partido quando a ela por sua rigidez], e três primos sendo irmãos, sendo duas meninas e um rapaz, todos com pouca diferença de idade entre eles e ela.

Seu crescimento ocorreu como em qualquer outra família, muito foi preparado, psicólogos [vários], convivência tanto familiar quanto comunitária, mantida dentro de alguma tradição para não haver danos prematuros nem futuros, tais como religião, lazer, regras, ensino [cultura], e costumes da família, em momento algum se via alguma distinção por ser alguém de fora da família no literal.

Mesmo com tudo isso houve uma dificuldade de aprendizado, e convivência social. Foi colocada direto no pré-escolar, pois estava atrasada na idade.

Na quarta série precisou repetir o ano, mas para que isso não acarretasse os problemas dos quais se priorizou proteção para evitar, justamente, foi decidido que passaria de ano, faria a quinta em meio período e no outro faria a segunda, pois sua dificuldade estava ligada a interpretação e exatas, que era a base. Assim foi feito com ajuda de dois psicólogos, um por parte da escola, e outro por parte de apoio particular.

Logicamente a todo o momento se sentia rebaixada, muitas vezes indesejada. Na oitava série foi a mesma situação, o comportamento havia se tornado violento e já culposo, sem motivos aparentes.

Uma decisão foi tomada. Repetir o ano na escola e voltar para as seções com psicólogos. Passadas as férias essa mesma decisão foi mudada sem consentimento da garota, iria para a casa da avó, na cidade de onde foi tirada, a casa de sua falecida mãe, e onde sua avó se definhava com alcoolismo e a agredia. Nesse mesmo evento seus pais adotivos se separaram. Seu “pai” já não sendo então obrigado a fazer parte de qualquer relação a acontecimentos com ela, mudou de cidade e firmou nova família.

Não passou um mês que a menina se mudou não conseguindo se manter nas regras e modos necessários acabou se mudando com orientação da “mãe” para a casa da irmã mais velha ficando até pouco mais que o final do ano ainda na mesma cidade que sua avó.

A partir disso as mudanças não cessaram. Não se adaptava em lugar algum e se mudava com frequência com auxílio [ou obrigação] dos familiares mais próximos.

Com dezesseis anos repetiu o segundo ano por inconveniência de trabalho/escola. E não suportando a incompreensão e pressões da irmã mais velha contatou seu ex-pai adotivo e jurou-lhe gratidão caso fosse aceita em sua casa e para trabalhar em seu comércio, uma loja de grande porte. Foi aceita com entusiasmo forçado.

No terceiro mês teve problemas sérios de saúde, e recebeu pouco auxílio, entrando assim em vários quadros de depressão, e sintomas físicos e psicológicos.

No nono mês de convivência decidiu se entregar ao que pensava ser a melhor escolha que já fizera, foi morar com um rapaz maior de idade em outra cidade. Passando por dificuldade financeira por dois anos acabou engravidando sem conhecimento nenhum.

Desempregada se mudou para casa de conhecidos e permanecendo pouco tempo, pois no terceiro mês acabou tendo um aborto natural, mas não sabia que estava grávida, voltou para a casa do “marido”, não contou da fatalidade, e por seu sumiço foi expulsa.

Chegaria um ponto de não haver escolha.

Mas arriscou pedir ajuda de sua “mãe” e voltou a morar com outra de suas irmãs, trabalhando para ela em casa e cuidando de sua sobrinha.

Aos 18 anos em uma conversa com seu avô, seu sempre protetor, decidiu passar um tempo com ele.

No final de um ano e pouco conheceu uma pessoa em outro estado e se mudou depois de exatos nove meses para morar com ele.

E assim se faz estar hoje com 20 para 21 anos. Mas como é proveniente da vida, haverão mudanças ainda em seu caminho.

Akiw Purple
Enviado por Akiw Purple em 08/03/2013
Reeditado em 08/03/2013
Código do texto: T4178122
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