EU NÃO DEVO TOMAR A SÉRIO
Minha Jornalinda,
Eu não devo tomar a sério todas as coisas que me disse... Porque fazendo isso, daria por certo o fim de mim.
Não devo tomar a sério você dizer que está cheia disto, desta “coisa de poesia”. Porque senão aceitaria que o teu coração tornou-se pedra... E isto para mim é tão doído.
Não; não há como levar a sério você dizer que meus sentimentos são lamurias. Porque se eu levar a sério, esta coisa me leva junto... A poesia não é algo que criei para recreação, mas um jeito de mostrar que estou vivo.
Por Deus, não posso e não devo tomar a sério que os teus doces sentimentos por mim tornaram-se nada... Porque se eu tomar a sério, deixaria meu coração se afogar no próprio sangue...
O que eu devo tomar a sério é que isto é só cansaço da labuta diária, e que você é ainda aquela menina que me fez sorrir e sorria comigo vivendo o que de mais precioso existe entre a gente, a inocência de amar sem saber por quê.
Você é aquela menina – minha – que cantava para mim e que, confesso desafinada, e só não dizia por que eu adorava escutar tua voz no meu ouvido.
Fazendo uso das palavras do Mestre ao apostolo Filipe, após um suspiro, lhe digo: moça, já faz tanto tempo que eu estou com você, e você ainda não me conhece?
Eu te amo! E peço a Cristo Jesus que lhe acorde para mim porque, eu só serei feliz por completo nesta vida sendo parte da tua felicidade.