CARTA AOS AMIGOS DA FACULDADE DE DIREITO

AOS MEUS ETERNOS IRMÃOS-AMIGOS

Seu Laércio, Adriano, "Pêxe", Everaldo, Josselindo, Fabiano, Fernando, Cecília, Áurea Ney, Luiz Gonzaga "Guinha", Fabiana, Alex, Ary César, Bárbara, Danilo, Núbia, Cristiane, Cristiane, Paulo Dantas, Walmir, Alice, Ignês, Odélio, Suely, Adenilso, Werlys, Keliane, Ivone, Dejane, Claudemir, Benhur, Andréa, Andreia, Aldo, Daniel, Beth, Fátima, Hélber, Kaname, Juscelene, Luciano, Denílson, Kelen, Lisiane, Lílian, Afonso, Luciana, Mulher do Vandir, Milene, Gaspar, Ronaldo, Lirian, Gylk, Suyane, Andréa, Talita, Ana Cláudia, Sheyla, Aknaton.

"TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL POR AQUILO QUE CATIVAS".

(S.E)

O DIFÍCIL ADEUS

Foram cinco longos e difíceis anos, mas, finalmente, chegou ao fim.

Difíceis devido à distância que nos separava do nosso objetivo; difíceis devido ao cansaço que sempre nos abatia, tanto na ida, quanto na volta; difíceis devido aos constantes desentendimentos entre os colegas; também devido aos altos gastos com livros, xerox, encadernamentos, lanches, mensalidades e até farras... mas foram maravilhosos anos, também: as amizades, as comemorações de aniversários, as discussões acadêmicas e os besteiróis, os "papos-cabeça", as cantigas, as piadas e as mentiras, as gozações...

É hora do adeus! Mas não é aquele adeus para sempre, onde nunca mais se vê aqueles que se ama; é a despedida da van e do micro, da diária viagem a Colinas, dos momentos alegres ou sofridos e angustiantes...finalmente vou-me ver livre daqueles que por, provavelmente, acaso do destino, nos encontramos um dia e fomos obrigados a conviver, confinados num mesmo espaço ou na mesma sala de aula ou ainda na mesma faculdade.

Mas infelizmente não estou feliz por isso; não estou feliz por deixar o convívio com a "MAIOR E MAIS MANERA GALERA DESSE PLANETA".

Mas quando se tem que ir, tem que ir! É a vida e a vida continua! E claro que estou feliz por outras conquistas, afinal, consegui concluir o curso que tanto almejei, com êxito; deixarei de sofrer com as noites mal dormidas e com as viagens cansativas e outro incômodos.

Engraçado que, agora, me recordando de tudo, até mesmo as dificuldades enfrentadas fazem falta! Acredita?

No início, em 1999, quando ingressei na faculdade, eram poucos em quantidade. Na verdade éramos seis: Everaldo, Josselindo (ambos eram do ano anterior), Fernando (que havia cursado dois anos em Goiânia e imediatamente o colocaram no 3º ano), Fabiano, eu e Ingrid (recém-ingressados). Ingrid desistiu logo depois da "largada" e, então, nos tornamos apenas cinco bons amigos.

Naquela época era difícil a jornada, pois ainda não dispúnhamos de qualquer outro veículo, a não ser os nossos, para o deslocamento para Colinas.

Lembro-me bem que o Everaldo tinha um Fiat uno preto e eu um Ford Ka vermelho, ambos extremamente apertados e desconfortáveis, sendo que nos revezávamos, um dia vindo no meu e, outro dia, no dele.

Por algumas vezes o carro estragou no meio da estrada e tivemos que pedir carona ou empurrar o carro no meio da noite ou ainda tentar consertá-lo. Era sofrido, mas, por outro lado, era muito divertido, pois sempre tínhamos algum assunto interessante para discutir.

O mais interessante de tudo era o quanto éramos diferentes, mas ao mesmo tempo muito ligados e companheiros:

O Everaldo era o "pobre coitado". Explico: fora o fato de que era completamente envolvido na política local, tinha sei lá quantos empregos: era professor, digitador do Prodepa, vereador, presidente do PPS, líder estudantil, estudante de História, estudante de Pedagogia e Direito, etc, e ainda sobrava tempo para umas paqueradas. Por isso lhe dou o apelido de pobre coitado.

O Fabiano era o "soneca": entrava no carro já se agasalhando e dormindo e voltava do mesmo jeito, sem nunca proferir qualquer palavra. Acho que tinha sido picado pela mosca Tsé-tsé. Era o homem eternamente cansado. Símbolo da preguiça em pessoa. Se ele fosse casado, tudo bem! Seria compreensível. Mas não era!

O Fernando era o "CDF-suicida": estudioso incorrigível. Todos os dias que chegava em sua casa ainda tinha energia para estudar até às 2h30 mais ou menos; nos finais de semana, nunca ia para lugar nenhum só para estudar; vivia dizendo que ia se jogar do carro, mas nunca teve coragem, apesar dos constantes incentivos dos "colegas". No dia que estava emburrado arre égua: resmungava o tempo todo, esmurrava o carro e sequer proferia uma palavra, às vezes dava uma de ninja da "mão-branca-letal" e, às vezes, era o verdadeiro "Soldado Universal" empurrando um carro. Se quisesse vê-lo falar, era só iniciar uma discussão sobre algum tema polêmico e valorizar as pessoas que pensam, digamos assim, "diferente", como os ateus, adúlteros, prostitutas, Hitler e outros mais. Ah, também falar mal de algumas pessoa ilustres como dos grandes pensadores ou personalidades, como por exemplo: Lula, Ghandi, Sócrates e outros, dava "bode".

Uma vez eu disse que os filósofos não eram de nada e que eu sabia muito mais do eles. Foi a gota d'água. Passou um ano tentando me provar que Sócrates, Platão, Karl Marx, Engels e outros mais, sabiam muito mais do que eu, e que, inclusive, tinham escrito vários livros importantes para o progresso da humanidade e patati, patatá...

Josselindo era o intelectual: sujeito sempre pronto para a discussão. Lia todos os livros que lhe caíam às mãos. Fã de Santo Agostinho. Sempre trazia da sala de aula alguma questão intrigante para discutirmos dentro do carro. Fora as lições de vida que sempre nos pregava. Oriundo de família humilde e da roça, ele resolveu do nada, mudar do mato e ir para a cidade estudar para vencer na vida. E deu certo! Estudou teologia, foi pastor, pedagogo-professor e por aí vai...

Eu era o eterno "caça-intica" (isso mesmo, intica; sem “r”): dava bisca num, cutucava o outro, peteleco noutro, fazia perguntas capciosas. Quando alguém estava dormindo, aboiava chamando-lhe o nome e, pronto, estava criada a confusão. Era o fiel amigo de discussões do Josselindo. Era também o fiel amigo de lamúrias do Fernando. Alguém duvida?

Normalmente eu e o Josselindo nos revezávamos na direção dos veículos, pois o Fabiano e o Everaldo, como já disse, estavam eternamente cansados e o Fernando tinha mais de vinte graus de miopia ou sei lá o que. Só sobravam nós dois para dirigir e conversar.

Lembro-me de uma vez em que eu e o Everaldo saímos da faculdade e fomos na casa de uma colega comer bolo do seu aniversário. Ficamos "papeando" com os colegas que lá estavam e descuidamos da hora. Depois de um longo tempo, resolvemos perguntar que horas eram: ai meu Deus, já passava das 23 horas. Estávamos fritos! O Fernando iria nos escalpelar vivos!

Então o Everaldo teve a infeliz ideia de levar um pedaço de bolo para agradar ao Fernando que havia ficado na faculdade esperando.

Quando lá chegamos só encontramos o guarda, que veio correndo até a porta do carro e nos disse que os dois, Fernando e Josselindo tinham ido embora, a pé. - Mas como?

Corremos para a transcolinas e depois de percorrermos um "bom trecho" lá estavam eles: o Josselindo sorrindo, como sempre e o Fernando uma fera acuada; pense no "medão" que ficamos!

Parei o carro, o Everaldo se levantou e abriu o banco e os dois jogaram-se para dentro.

Analise a cena hilária que aí se seguiu: eu na frente dirigindo, o Everaldo sentado no banco do carona, também na frente e com o pratinho com o bolo dentro, na mão esquerda, feito garçon; no banco de trás, o Josselindo calado, mas nele a gente podia confiar e, o Fernando, sabe-se lá como é que tava, só se sabe que literalmente "bufando" de raiva. Coitado do Everaldo sequer conseguiu entregar o bolo: não teve coragem! A cena se seguiu por alguns quilômetros, sem ninguém proferir uma palavra sequer. Aí não aguentamos: desabamos a rir no meio da noite; o Everaldo explicando o que tinha acontecido e, tentando agradar, entregou o bolo: ouviu-se um sem-fim de palavras do Fernando excomungando a gente; nem me lembro mais o que ele disse; ficou de mal por um longo tempo.

Resumindo: o Fernando, é claro nunca provou do bolo!

No ano seguinte, tivemos o ingresso de mais quatro colegas: a Cecília, a Áurea Ney, o Guinha e o Márcio (este logo desistiu).

Logo depois da separação da Cecília, ela e o Fernando começaram a namorar, pois ele havia, também, terminado com a sua namorada. Aí o pau quebrou. Foi um deus-nos-acuda. Era briga pra cá, discussão pra lá. Separa e não-separa. E nós no meio de tudo! Sempre sobrava pra todos os outros.

Nos anos que se seguiram não consigo me lembrar mais quantos quem e nem em qual ordem os calouros ingressaram. Só sei que foram muitos e não menos problemáticos que os pioneiros.

Também ampliaram-se os cursos oferecidos, pois além de Direito, acrescentaram os de Normal Superior e Letras. Sei que quando cheguei ao final do meu curso, já éramos quarenta e tantos.

Havia personalidade e caráter para todos os gostos.

Exemplifico: (a exemplificação abaixo não ocorre necessariamente nessa ordem; também aqueles que não se viram lisonjeados com as minhas "amáveis palavras" não se chateiem tanto pode ter sido de propósito, quanto por sorte sua. Sigamos em frente.

Exemplifiquemos.

Auto Reforma (é tinha de começar por ele!): vulgo Claudemir. Estudava Normal Superior. Nunca pronunciou uma palavra sequer no ônibus... e trabalhava de vendedor! As vezes eu ficava horas a fio imaginando a seguinte cena: o Auto reforma de um lado do balcão e um freguês-tímido, do outro lado: o cara só iria comprar o que queria se os dois fossem telepáticos, caso contrário, o cara ia entrar com nada e sair com coisa nenhuma.

Certa vez estávamos no micro (ônibus), eu e a galera, no fundão; o Auto reforma, como sempre, sentado lá pelo meio do micro, calado, olhar fixo para a paisagem que passava ligeira, inocente de tudo. Apostei com o Paulão que se ele desse uma "bisca" no Auto, lhe daria R$ 10,00; dito e feito. Plaft! A bisca comeu na cabeça do Auto. Eu não queria acreditar que o Paulão tinha feito aquilo. O caro era louco. Aliás, louco foi eu de ter apostado que ele não faria tal coisa. O carro, digo, o Auto, levantou-se com os punhos cerrados e fez menção de que iria bater no cara que quase arrancou sua cabeça fora; desistiu dessa empreitada, quando percebeu que mesmo batendo no "mandante" que era eu, teria que fazer o mesmo com o "executante" que era o Paulão-guarda-roupa-ambulante. Ficaria feio bater apenas em um e deixar o outro de fora. É, foi melhor pra todo mundo: pra mim que não apanhei, mas depois me desculpei com o Auto; pro Paulão que ganhou R$ 10,00; e pro Auto, que depois disso começou, vez por outra, a se comunicar com alguns "cavernosos" da van.

Tinha uma tal de TURMA DA B-I-S: sabe-se lá porque tinha esse nome e nem de quem era composta. Só alguns privilegiados sabiam o motivo e não diziam a ninguém. Só sei que quando surgia alguma fofoca da turma ou de alguém da cidade, geralmente era atribuída a essa turma anônima. Dizem as más línguas, que essa turma era tão perigosa e tão eficiente que qualquer notícia/fofoca importante que acontecia na cidade, na faculdade ou na van, no mesmo dia, à noite, era repassada aos outros passageiros e até aos habitantes da cidade. Era notícia em tempo real! Infernet banda larga.

A TURMA DO FUNDÃO, era a minha predileta: era de onde vinha toda a animação do ônibus; inclusive, foi de lá que surgiu um grupo de pagode denominado "Fundo de Borracha" (a origem desse nome é, até então, desconhecida).

O fundão era composto de vários "elementos": estrelando: Aldo Nery (fórmula 1), Fabiano Dias (dá-o-tapa-esconde-a-mão), Luciano (que ultimamente, e estranhamente, afastou-se do grupo), Odélio (vocal e bucal) Werlys e Adenilso (dupla dinâmica CC), Denílson (seu madruga), Danilo (cabeça-fria-esquece-tudo), Ary César (moralista-cretino), Cristiane (risadinha) e Ignês (presa). Ah, também tinha a Bárbara (mascote-que-não-fazia-nada-de-mal-a-niguém). Acho que não esqueci de ninguém!

As melhores e mais divertidas brincadeiras vinham do fundão. Comédias piadas, causos, histórias de assombração, apelidos, mentiras, cantorias e outros.

Certa vez, tinha um pintinho de uma perna só, que foi...

Uuuuhhhh!

Calma gente! Essa é nova! Tudo bem, não vou contar.

Tinha também a dupla Zezé di Camargo e..., aliás, BEN-HUR e KELLEN: eram o oposto um do outro, mas iguaizinhos. Pode? Os dois namoravam. A Kelen era uma doçura de pessoa; meiga, alegre, simpática, feliz e de bem com a vida; o Ben-hur era calado, ranzinza e mal humorado. Era o típico Dom Casmurro. Mas o impressionante era como aquela "duplinha" dava certo, se compreendiam e se identificavam. Era impossível olhar para um sem imaginar o outro ali do lado. Almas Gêmeas, talvez. Não raro ouvia-se comentários a respeito da eterna cumplicidade do casal. Sentavam sempre juntos nas primeiras cadeiras da frente.

Certa feita, no trajeto de volta para casa, de Colinas, o Ben-hur, devido às constantes e intermitentes gozações da turma do fundão, resolveu se vingar-se jogando de lá da frente, uma tábua que servia para sentar quando o micro estava muito cheio; a tábua veio de lá, quebrando o nariz e testa de quem quer que encontrasse pelo caminho; lá se vai o micro retornar para Colinas, correndo para um hospital, para prestar socorro aos enfermos.

A tábua passou voando no escuro cortou a cabeça de Lisiane, acertou a testa da Bárbara criando o maior "calombo" e foi parar nas mãos do Tenente-salva-vidas.

Logo, formaram-se advogados de defesa e de acusação: - foi legítima defesa; não foi tentativa de homicídio; não foi lesão corporal grave; foi estado de necessidade; não, o réu é inimputável; não, nesse caso aplica-se o parágrafo 5º, do 121; e por aí vai. Teve alguém mal informado que disse que, nesse caso, caberia Mandado de Segurança, uma vez que está cada vez mais inseguro e perigoso andar com Ben-hur no ônibus... felizmente tudo terminou bem.

Havia também a dupla FABIANA-APAIXONADA x ALEX-DA-CAJUÍNA: êta duplinha complicada! Alex tinha estampa de intelectual, e era. Andava sempre acompanhado de um ou dois livros, usava óculos e tudo mais. Tinha fama de mulherengo, mas isto nunca ficou cientificamente comprovado. Já a Fabiana era bonita, meiga e ingênua.

Certa vez o Everaldo a fez chorar, por causa de.., aliás é melhor deixar isso pra lá, senão ela chora. Mas era legal! Sempre pronta ajudar quem quer que fosse. Os dois namoravam entre si, mas frequentemente passavam por crises de convivência. Eram completamente apaixonados um pelo outro, mas nunca se assumiam publicamente e definitivamente. Vai-se entender o mundo!

OS BONS DE BICO: dentre todos os grupos sociais existentes tem sempre alguém que adora falar. No nosso grupo não era diferente. Só que em vez de um, tinham quatro indivíduos que tagarelavam sem parar e sem tomar fôlego: Ronaldo Lima, Suely-compasso, Milene-Tugo e Andréia-Auto-reforma; êta "povim" que falava!

O Ronaldo tinha sido locutor de rádio por muito tempo e havia levado o hábito de falar para além dos estúdios. Era alto e magro. Trabalhava como Oficial de Justiça na cidade de Rio Maria, distante de Colinas mais ou menos 300km.

Deslocava-se todos os dias daquela cidade e ainda tinha ânimo para conversar em todo o trajeto para a faculdade. Haja Fôlego! Era membro-chefe da Carismática e, não raro, queria converter algum descuidado da van para o catolicismo. Coitado de quem ele pegasse! Uma coisa que eu admirava nele era a sua resistência física e psicológica para aguentar o "rojão". Era extremamente perseverante e determinado.

A Suely também falava muito. Era empresária dona de butique de roupas.

Lamentava quase sempre dos negócios que iam mal, da distância que a separava de seu marido que morava nos "Estadusunidos", das duas filhas que moravam fora e nao tinham o seu constante apoio psicológico e do Alex, seu filho menor, que também não gozava do diário acompanhamento materno. Também gostava de encher o saco dos Tenentes CC. Grande companheira de prosas.

A Milene-Tugo (Tugo de Tugoaldo, que era o namorado dela; vai ter nome esquisito assim na conchinchina), era a mais versátil. Falava de tudo ao mesmo tempo. Ela e a Fabiana eram tal qual cão e gato. Acho que era porque as duas eram sec, digo, magras e bonitas e assim ficavam disputando a faixa de mais esbelta e linda. Só pode!

Finalmente, a campeã dos campeões, a Andreia Auto Reforma: lembro-me £, que uma vez ficamos observando ela dialogar com o Hélber-mudança-radical-pão-duro: sentados um do lado do outro no ônibus. Coitado sentou-se por acaso naquele lugar. Mal o micro saiu da faculdade em direção a Conceição e ela disparou a conversar. Inicialmente, o seu interlocutor tentou fazer algumas interferências, o que restou em vão. Depois, ele decidiu que não iria mais interrompê-la, mas apenas ouvi-la. Novamente, em vão.

Finalmente, cansado e vencido, quedou-se silente, manifestando-se apenas com o balançar constante da cabeça em sinal afirmativo. Era a perfeita lagartixa humana. Ela falava e ele balançava com a cabeça. Não dava ora ver seus olhos, mas parece que ele finalmente dormiu, e ela, incansável, não parou sequer um minuto. Era queria era falar!

Tinha a turma-padrão de LETRAS-E-NORMAL: era assim composta: Ivone (carro-chefe), Keliane-do-bebê, Lisiane-mirante-tatu, Andréa-saudade-de-morar-em-Conceição, Núbia-fugitiva-de-letras e Cristiane-minha-grande-paixão (ops!). Ah, falando da Núbia, cabe lembrar que ela abandonou suas fiéis colegas de Normal e foi cursar Direito; depois não fala mais com a "ralé". Abusada, não?

Tudo bem gente, eu mesmo tendo cursado Direito, nunca deixarei de ser Normal, com Superior estima.

Não poderia deixar de lembrar minhas grandes amigas Lirian, Gilk, Elisângela e Suyane. Pensa num quarteto impossível!

Lembro claramente de uma certa oportunidade em que estávamos eu e Lirian conversando, quando chegou um sujeito, que não lembro o nome, no qual ela era completamente apaixonada, e então conversávamos sobre como eu não sentia nenhuma atração por ela e coisas desse gênero. O caro ficou ouvindo aquilo tudo sem dizer nada. Após um longo tempo de conversa, a Lirian já bufando de ódio de mim, pediu piedosamente: Remi, por favor, pára de me "defender"!

É, ela tinha razão: se eu fosse o cara, certamente nunca iria me interessar por uma mulher que não causa o menor tesão em outro homem; deve ser frígida ou sapatão!

Desculpa Liri. Foi mal.

Bom gente. Chega de papo!

Afinal, esta breve carta de adeus era somente para dizer que foi muito bom, foi muito lindo, passar estes longos cinco anos com todos vocês. Estão sem duvida, entre os momentos mais importantes da minha vida, estes que nós passamos juntos.

Desejo a todos que nosso Bom Deus sempre guie os passos de todos os que dê-lhes força e sabedoria para enfrentar os bons e os maus momentos e que, finalmente, vocês atinjam os seus objetivos com paz, harmonia, serenidade responsabilidade, competência, amor, coleguismo, honestidade e, finalmente sem nunca esquecer das pessoas que vocês um dia conheceram e que têm o maior carinho e amor por todos vocês, sem qualquer ressentimento ou mágoa.

Ghandi, um dos grandes sábios que por aqui passou, em uma determinada oportunidade e próximo de sua morte, foi interrogado por um repórter, o qual queria saber se ele, em toda a sua vida, já havia perdoado a todos aqueles que o ofenderam, respondeu-lhe com a maior simplicidade, que nunca perdoou ninguém, pois ninguém nunca o tinha ofendido...

E ele tinha lutado sua vida inteira pelo seu país, a índia, contra a opressão de

todo um exército e império britânico!

É com este espírito, que deixo aqui o meu abraço caloroso e a certeza de que em qualquer tempo e lugar poderei sempre contar com o apoio e o aconchego de todos vocês, indiscriminadamente, sendo a recíproca verdadeira!

Do seu eterno amigo,

Remi Amorim Ferreira.

(P.S: esta carta foi escrita em janeiro/2004 e alguns fatos podem ter mudado. Por favor me perdoem os deslizes).

REMI AMORIM
Enviado por REMI AMORIM em 01/03/2013
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