O que eu escolhi

O que eu escolhi?

Eu escolhi viver, eu escolhi o glam.

Eu escolhi não mais sentir medo, não mais me esconder, não mais fingir que posso ficar sem. Não mais fingir que não tenho opiniões divergentes, não mais pensar “bom, um dia a pessoa paga”. Comigo agora é o momento presente, não mais esperar caras quebradas no futuro, quero quebrá-las já, junto com as grades que me prendem.

Comigo eu quero é aparecer, eu quero é ser notada e sabe aquele vestido? Sim, eu o quero! Sim, eu fico bem nele, Sim eu o usarei! Não, sua opinião não me importa.

Sabe aquela vontade de exagerar? Pois eu vou exagerar, pois eu vou me exibir, pois eu vou dançar mais do que todos, pois agora ninguém manda em mim, ninguém me bota pra baixo, ninguém me bota para trás, ninguém me faz sentir mal.

Sabe aquela música? Sim, eu vou cantá-la. Sabe aquele amor? Sim, eu vou vivê-lo.

E sabe sua opinião? Não me importa. E sabe o que você pensa? Não ligo.

Sabe aquele penteado bacana, aquele salto alto? Vou usá-lo nessa sexta, porque sei que nele eu me sinto bem, e sabe as coisas que você me diz? Não vou mais ouvir.

Vou ficar mouca, fazer ouvido de mercador pra sua pechincha. Meu preço é esse. Meu preço é ser quem eu sou de verdade, porque até aqui estive sendo de mentira. Até aqui estive me segurando, até aqui estive me prendendo.

Sabe minhas vontades? Vou fazê-las valer. Não me toca se eu não quiser, não me vê se eu não quiser, não chega nem perto se eu não quiser. Sabe minha cara de desaprovação? Vou praticá-la mais e mais e mais ainda mostrarei que tenho opiniões ainda que divergentes de todo mundo.

Eu escolhi viver. Não é tarde ainda, nunca é tarde. Não será tarde para quem tiver 80 anos, não será tarde para quem tiver 60 anos, não é tarde para quem tem 40, não é tarde nos meus 20.

E quer um conselho? Viva também, mande o resto se danar. Use e abuse de tudo o que sempre quis, faça o que sempre quis, liberte-se! Essas grades te fazem aceita, mas jamais te farão felizes.

Arrisque!