Biografia de Um caminho perdido
É chegada a hora da partida mais uma vez, e bate novamente aquela sensaçãozinha chata de tudo voltar ao novo, de novo. É o que tem de ser, quem sabe, mas sempre há aquele alçapãozinho em nossa alma que rasga a cada passo que se dá, para frente ou para trás, questionando-nos sobre qual caminho seremos capaz de suportar, lembrando-nos dos agentes e conseguintes de nossas escolhas e buscando uma posição sobre qual tomaremos e se a conseguiremos suportar.
É uma escolha complicada, pode mexer com passado, medos, sonhos e a própria identidade deste ser. Mas tem de ser feito, é a justificativa para como se quer escrever a própria vida, uma linha árdua para manter e para mudar. E cedo ou tarde transparece suas conseqüências dentro de si mesmo, como cicatrizes de sacrifícios e batalhas vencidas, sentimentos enegrecidos e vazios, perdidos para se encontrar o próprio lugar no mundo. E se encaixar no lugar que acredita de si mesmo, e então voltar ao passado vitorioso e poder mostrar a todos, valeu a pena.
Mas irá valer a pena? Só Deus sabe, muitas lágrimas já cairam ao chão, alguns mortos, muitos feridos, principalmente o pobre Ego. Vale a pena desistir? Tanto sangue derramado, tantas batalhas travadas vencidas, perdidas, desviadas em um caminho de regado a lágrimas e fé num caminho de desesperanças para encontrar o seu lugar no mundo.
Do que adiantaria jogar tudo fora, pode ser que não valha a pena nunca, mas pelo menos valerá a certeza de que se tentou até o final. Quem sabe se uma hora, amanhã ou daqui a 50 anos, não se mostra uma luz, e radicalmente começa a colocar tudo em seu devido lugar, onde tudo vale a pena e finalmente poder-se-á dizer "Valeu o esforço".