Resposta ao contribuinte ajumentado

Caro contribuinte:

Assim como o senhor, sou também contribuinte e isso, direta ou indiretamente, há 60 anos. Desde que nascemos vivemos em sociedade e, assim, como que 'assinamos' um pacto-social em que por princípio, porque nossa acolhida ocorre numa sociedade que continuamente vem sendo construída desde nossos antepassados, o esforço individual contribui para o esforço coletivo e vice-versa.

Desse modo, todas as arrecadações, em função de convivermos em sociedade, são arrecadações da sociedade (portanto arrecadações sociais) para a sociedade (objetivo social).

Assim, como contribuinte de uma sociedade compreendida como um Estado Democrático de Direito, sendo então essa sociedade regida por uma Constituição Democrática, só posso esperar e cobrar que as arrecadações de todos os contribuintes (que o são como eu) sejam sejam investidas no contínuo desenvolvimento dessa sociedade que a mim gerou, a mim acolheu e a meus frutos.

Destarte, caro contribuinte, é inteligente entender que assim como fomos acolhidos em nosso nascimento nessa sociedade democrática, todos os imigrantes que venham a se inserir nessa sociedade para unir e constuir continuamente a mesma podem e devem ser acolhidos também pela sociedade na qual contribuiram nossos antepassados (que foram imigrantes já que descendemos principalmente, em princípio, de estrangeiros à essa terra, como europeus e africanos [trazidos por aqueles europeus e seus descendentes]).

E evidente é, para qualquer raciocínio inteligente que as mazelas oriundas dessa sociedade, sejam pessoas adoecidas nela como é o caso dos que se viciam, sejam pessoas desnorteadas que contestem aquilo que as sustentam e sustentaram seus ancestrais, podem e devem ser assistidas por essa mesma sociedade, logicamente através das mesmas arrecadações, como requer nossa Constituição no tratamento dos concidadãos.

Nada há que se destacar acerca dos que trabalham para que essas arrecadações sejam destinadas ao que prevê nossa Constituição Democrática, como é o caso de nossos servidores em todas as instâncias (municipal, estadual e federal) em relação ao seu número ou justo salário enquanto que a sociedade de desenvolve continuamente, como tem ocorrido pelo menos nos últimos dez anos, conforme informações e dados disponíveis a qualquer tempo por todas as organizações internacionais, como ONU e suas agência etc.

Nessa e por essa sociedade democrática é que contribuimos e fica claro para qualquer inteligência, desde o menor nível, que por ser uma sociedade humana, e por causa do erro inerente ao humano passível de transgredir declarações normativas justas estabelecidas por representantes legitimamente escolhidos como prevê nossa Constituição Democrática, essas transgressões, como previsto em nossos Códigos de Justiça requerem a acolhida de nossos concidadãos em ambientes adequados à preservação da dignidade humana e, assim, nossas contribuições podem e devem, cada vez mais, serem destinadas à manutenção e preservação da humanidade como um todo.

E, finalmente, mas não colocaria em último lugar, nossa representação como contribuintes deve ter o número proporcional ao número de concidadãos e aos justos anseios dos contribuintes, construtores e unificadores dessa sociedade que se propôs a se desenvolver.

Portanto, por isso, e muito mais, o senhor deve refletir se deseja mesmo conviver com outros seres humanos num determinado território, sob determinadas leis que a maioria declare adequada.

Por último, recomendo a leitura assídua de um libreto muito importante para compreender nossa vida conjunta em nossa pátria, que nos mais das edições é de um preço muito pequeno mas de altíssimo valor para o conhecimento humano, denominado "Constituição da República Federativa do Brasil".

Abraços!

- um contribuinte esclarecido