A Perda...
Quando perdemos antes de ter, dói menos, dói menos porque não chegamos se quer a viver o momento, não sabemos e não conhecemos um ao outro, somos e continuaremos estranhos.
O maior problema e quando perdemos depois que conseguimos ter, depois que conquistamos, dói bem mais, afinal já trocamos beijos, abraços, juras, promessas, sonhos. Já compartilhamos projetos e mais projeto, conhecemos um ao outro, sabemos de suas necessidades, sentimos a saudade e notamos sua ausência, aprendemos a desvendar a linguagem do corpo e do olhar, aprendemos a ter cuidado, passamos a nos preocupar com o outro, sentimos necessidade de estar ao seu lado, de querer cuidar, de dar carinho, nos tornamos afáveis.
O outro se torna parte de nos e nos parte do outro, e como se metade diferentes fossem unidas de maneira exata, sem erros, pra que tudo fosse perfeito, nos acostumamos com o fato de ter alguém com quem dividir uma vida, porem sem mais nem menos o destino nos tira o chão, nos deixa a mercê de nossa própria vida, move as peças e altera as posições como se fosse um jogo qualquer, e nos perdemos o controle, já não cabe a nos decidir, somos apenas marionetes inertes diante da vida, e só nos cabe aceitar porem poucos são os que ousam entrar em embate contra as decisões tomadas sem nosso consentimento.
Então por vezes deixamos o outro ir, deixamos que ele ou ela partam, sigam o destino, e ficamos na esperança de um retorno.